Resolvi falar sobre isso em um dos posts desse mês porque há muito tempo fiquei morrendo de medo de algo do tipo acontecer comigo. É claro que tudo não passou de uma bobagem minha, de uma agonia hipocondríaca que só podia vir de mim mesmo. Afinal, Vovó Marina (que Deus a tenha!) era extremamente nervosa com qualquer coisa que pudesse deixá-la doente, e acho que herdei essa característica fatídica dela.
Outro fator para escrever sobre o assunto é o fato de estar de férias e dormir o tempo todo. Não por estar com a doença, mas por puro cansaço mesmo. O semestre na faculdade foi "pesado". Mas vamos ao que interessa:
Imagina que um dia você está com
um daqueles sonos gigantescos, que mal te deixam de olhos abertos. Resolve
dormir, feliz e tranquilo, com vontade de ficar na cama por séculos. Bem, eu
não pediria para dormir por séculos, pois esse desejo pode se realizar...
Trata-se de uma doença pouco
conhecida e muito pouco comentada, em parte devido às circunstâncias em que
apareceu. Durante e após a Primeira Guerra Mundial, cerca de cinco milhões de
pessoas foram infectadas no mundo (e morreram), numa epidemia de proporções
cataclísmicas. O fato é que mesmo tendo alcançado tantas pessoas, a gripe
espanhola, que matou cerca de vinte milhões “roubou a cena” das epidemias na
época, e a doença nem ao menos é citada na história.
A enfermidade chama-se “encefalite
letárgica” e, como o próprio nome sugere, deixa o indivíduo cansado, abatido,
em estado de cansaço total. A pessoa cai num sono profundo e passa dias,
semanas, e até meses dormindo, enquanto a morte não chega. Os infectados não
acordam para ir ao banheiro, comer ou tomar banho, apenas permanecem numa
espécie de coma profundo. Caso alguém os desperte, eles alimentam-se
rapidamente e voltam a dormir.
Não há cura! Simplesmente não se
sabe como a doença surge, ou como se desenvolve. Entre todos os infectados, os
poucos que conseguiram sobreviver passaram o resto da vida numa espécie de
fadiga permanente.
Mas não há motivos para pânico!
Afinal, a epidemia veio e foi embora no início do século passado, sem deixar
qualquer rastro que seja. Assim, apesar do medo mortal de dormir para sempre (trocadilho infame), estou tranquilo e curtindo muito as férias! Não vão cismar com isso hein! Haha!
Para saber mais:
Breve história de quase tudo - Bill Bryson
A história e suas epidemias - Stefan Cunha Ujvari
Grande abraço!
-- Thiago Amorim