quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Uma breve história da Igreja Católica - Parte 1


Há cerca de dois mil anos, um intrépido carpinteiro com ideias proféticas era crucificado em Jerusalém. Devido ao local onde vivia, sua morte deveria ter sido despercebida ou pouco comentada, mas isso não aconteceu. Ele havia deixado discípulos, que de forma itinerante passaram a vagar pelo Império Romano pregando a “boa nova de Cristo”. O Cristianismo, como ficou conhecido o culto a essa figura, espalhou-se velozmente do mundo Oriental para o Ocidental e transformou-se numa das maiores religiões do globo em anos posteriores.     

Entretanto, nos seus primeiros anos, os Cristãos foram perseguidos dentro da sociedade romana e inúmeros martírios e assassinatos cometidos. Roma não via com bons olhos uma seita que ameaçava o culto aos deuses antigos e incitava o povo a rebelar-se contra o sistema vigente. Dessa forma, inúmeros imperadores promoveram a perseguição aos cristãos, sendo talvez a causada por Nero a mais famosa delas, já que o apóstolo Pedro pereceu sob seus pés no circo de Roma.

Após cerca de trezentos anos de ilegalidade, o cristianismo tornou-se uma força esmagadora dentro do Império e sob o reinado de Constantino, o Grande, com o famoso Édito de Milão promulgado, os cristãos puderam finalmente viver em paz.

Mas se podiam viver em paz, seus inimigos não podiam. Quase que imediatamente após a permissão para manter seus cultos, os perseguidos transformaram-se em perseguidores, levando uma onda de terror e morte às ruas de todo o império. O paganismo perdeu força e patrocínio, e em poucas décadas foi inexoravelmente substituído pela nova religião.

Com tantos novos seguidores, logo as ideias sobre o que de fato era ser cristão começaram a se confundir. Alguns pregavam que Cristo era Deus encarnado, outros que ele não passava de um homem com ótimas ideias a ser seguidas. Diante do impasse e das crescentes dissidências, Constantino, o Grande, mais uma vez, reuniu um Concílio ecumênico em Nicéia, onde representantes de diversas partes do mundo definiriam finalmente o que era o cristianismo e o que deveria ser feito para manter-se como devoto dessa fé.

É nesse ponto da história, mais precisamente no ano 325 D.C., que a Igreja Católica Apostólica Romana vai surgir como instituição. Até então, o credo cristão era informal e disperso, com as autoridades religiosas surgidas da comunidade na qual estava instalado. A reunião em Nicéia criou os dogmas, os ofícios e os cargos que deveriam existir na nova religião, e de que forma se poderia alcançar a vida eterna. Festividades importantes, como o nascimento de Cristo e a Páscoa, também foram definidos nessa reunião, utilizando como referência, e até mesmo como a forma de comemoração, as festas pagãs.

Bispos de diversos pontos do Império Romano, como Constantinopla, Roma, Antioquia, Alexandria, entre outros, tornaram-se os mestres espirituais e guias do povo de Cristo, sendo que o Bispo da cidade de Roma seria o “Primeiro entre iguais”, o Papa Católico e maior líder entre todos.

Constantino, portanto, foi o grande patrocinador da Igreja, e inteiramente responsável pela sua instituição. Apenas com seus recursos e incentivos, a religião católica tornou-se auto-suficiente e prosperou para a eternidade.

-- Thiago Amorim

2 comentários:

Flávio disse...

excelente post,parabéns.

Flávio disse...

excelente post,parabéns.