sábado, 3 de setembro de 2011

Uma breve história da Igreja Católica - Parte 3



O Ocidente assistiu perplexo, mas não surpreso, à queda de Constantinopla. Após anos de assédio, os Turcos finalmente conquistaram a cidade e destruíram o Império Romano do Oriente. Extremamente dependente do poder Imperial, a Igreja Católica Ortodoxa grega agora perdia ímpeto. Sua força foi transferida para ainda mais longe do ocidente, sob proteção do Czarismo Russo.

Enquanto isso a Igreja de Roma estava cada vez mais poderosa. Os Estados Pontifícios estendiam sua influência por todo o mundo ocidental e o poder Papal era mais forte que nunca. A cidade de Roma e boa parte do que hoje compõe a Itália faziam parte do patrimônio do Papa, como um estado com leis e povos subjugados a ele. É nessa época que os maiores tesouros artísticos que hoje estão sob poder da Igreja foram criados. E é nessa época também que os maiores conflitos religiosos da história irão surgir.

O Renascimento em fase de formação garante, através do mecenato, que artistas como Bramante, Rafael Sanzi, Michelângelo e Da Vinci possam desenvolver por inteiro suas aptidões criativas e deixar um legado de obras de arte maravilhosas. Trabalhar para a Igreja era uma ótima opção e garantia de boa vida para cada um deles, daí a existência de tantas obras ligadas ao catolicismo romano. Sob o Papa Júlio II a igreja vai chegar ao ápice. Il papa terribile comandará exércitos e conquistará territórios sob a égide da cruz. Ele também iniciará a construção da nova Basílica de São Pedro em Roma e liberar a venda de indulgências como forma de adquirir recursos para isso. Alguns anos depois, essas obras custarão muito caro à igreja, custarão muito caro até mesmo para o povo da cidade de Roma.

Conflitos religiosos e sociais irão irromper e levar à Reforma Protestante. Roma será saqueada; igrejas e mosteiros destruídos. O levante popular contra a igreja será tão feroz que até mesmo antigos aliados, como Henrique VIII da Inglaterra, e os espanhóis se voltarão contra ela. Apesar dos esforços da contra-reforma, o Papa não conseguirá reter a cisão. As ideias de Lutero, Calvino e outros reformadores, destruirão para sempre a unidade da Igreja católica Romana.

A época do Papa “bon-vivant” acabará e sob o pontificado de Sisto V a contra-reforma se consolidará. Nessa época também, a enorme cúpula da basílica de São Pedro é finalizada por Giacomo Della Porta. No século XVII, Bernini é o novo arquiteto responsável pela construção da basílica. A teatralidade do Barroco utilizada ao máximo por esse artista concederá à Cidade Eterna uma beleza ímpar.

Mas enquanto a contra-reforma gera seus frutos e enquanto a basílica é finalizada, um novo poder surge para desafiar o Papa e a Igreja. E o poder que imana do povo, junto ao iluminismo do século XVII e as revoluções burguesas do século XVIII é tão forte, que por alguns anos o fim da igreja chegou mesmo a ser cogitado. Quando Napoleão sequestrou o Papa, muitos anunciaram que esse momento havia chegado.

No entanto, mesmo que tudo parecesse perdido, a igreja triunfou no final. O Papa perdeu seu império, mas recuperou o trono de São Pedro. A criação da Itália extinguiria os Estados Pontifícios, mas traria um novo despertar para a Igreja Católica: a possibilidade de se reinventar. Não que ela estivesse disposta a isso...

-- Thiago Amorim

O que não foi citado nesse texto:
- As grandes navegações acontecem;
- Os turcos são barrados em Viena;
- Fundação da ordem religiosa dos Jesuítas e sua força na América;
- A República de Veneza perde importância política e econômica;
- O fim do Sacro Império Romano-Germânico e a criação do Império Alemão;
- Independência das Colônias Americanas;
- Ascensão do Império Britânico;

Um comentário:

David Costa disse...

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