domingo, 13 de fevereiro de 2011

Cristo Redentor

Estátua do Cristo Redentor no Rio de Janeiro

Ele é uma das novas sete maravilhas do mundo. É um símbolo internacional do Brasil e foi um presente doado pela França para o povo brasileiro.

Tem algo errado na frase acima...

E tem mesmo. Na verdade a estátua do Cristo, no Rio de Janeiro, foi financiada através de doações angariadas por todo o Brasil, em campanha feita pela Igreja Católica, e diferentemente do presente francês para os EUA, a Estátua da Liberdade, construído completamente em solo brasileiro.

Há ainda quem diga que a estrutura da estátua não tenha sido desenvolvida no Brasil ou por brasileiros. Pesquisas recentes, contudo, comprovam que o engenheiro brasileiro Heitor da Silva Costa foi o responsável pelo projeto e pelos cálculos estruturais. A confusão a respeito do tal “presente francês” vem do fato que as mãos e a cabeça da estátua, ambas peças esculturais, foram desenvolvidas pelo artista francês Paul Landowski.

Os trabalhos de construção iniciaram-se em 1926 estendendo-se até o dia 12 de outubro de 1931. A cerimônia de consagração do monólito de concreto e pedra sabão foi muito festejada por todo o país.

Estátua do Cristo Redentor durante a sua construção
Prestes a completar oitenta anos ele permanece como uma das maiores estátuas representando Jesus Cristo no mundo. Suas dimensões são impressionantes não apenas pelos números, mas também pela localização. Com 38 metros de altura, sendo oito de pedestal, o Cristo Redentor está localizado no alto do Morro do Corcovado no Rio, a uma impressionante altitude de 700 metros.

A estátua aparece com freqüência em diversas produções na televisão e cinema mundiais, e é visto por muitos como o símbolo indiscutível da fé católica do povo brasileiro. A ironia de tal afirmação, contudo, é que apesar de ser visto como tal, a estátua está localizada no Estado com a menor proporção de católicos no Brasil.

-- Thiago Amorim

Para saber mais:

Detetives da história - The history Channel

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Bastardos Inglórios!

O que teria acontecido caso uma milícia* organizada por assassinos profissionais tivesse aterrorizado o exército alemão durante a Segunda Guerra Mundial, e atentado contra a vida do Füher? O que uma jovem judia que perdeu toda a sua família poderia fazer para prejudicar o sádico plano dos alemães? É partindo do “e se” e fundindo essas duas histórias que o filme “Bastardos inglórios” constrói sua trama.
Dividida em capítulos, a narrativa conta com uma belíssima fotografia e também uma maravilhosa trilha sonora. Há durante todo o desenrolar do filme uma sensação de medo e angústia, seguidas de momentos de euforia e alívio. Há também certo sentimento de perda ao fim do filme, principalmente pela morte de personagens aos quais nos afeiçoamos desde o início.
As atuações estão impecáveis. Até o Brad Pitt (que em minha opinião é um péssimo ator) me surpreendeu. Mas quem mais chama atenção é a Mélanie Laurent no papel de Shoshanna Dreyfus, a garota judia que foge da perseguição alemã, e terá papel central no desfecho da história. Outro ator a se destacar é o Christoph Waltz, no papel de um coronel da SS muito inteligente e sem piedade alguma. Ele recebeu vários prêmios por sua atuação.
É um filme para todos os gostos, desde aqueles que adoram história, aos que buscam apenas diversão.
Mais um para ver e rever...
Grande abraço!
-- Thiago Amorim
* De fato várias milícias e movimentos de resistência surgiram durante a Segunda Guerra Mundial nos países ocupados. Alguns com sucesso, outros nem tanto. Obviamente o do filme é fictício.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Caviar

“Você sabe o que é caviar? Nunca vi nem comi eu só ouço falar...”

Assim começa a música, famosa em todo o nosso país, que fala sobre a tão desejada iguaria e a quase inacessibilidade a ela para quem não tiver menos de sete dígitos na conta bancária. Apesar de ser uma realidade atualmente, nem sempre as coisas foram assim. Ao longo da história o caviar foi comida de pobre, serviu como ração para porcos, foi tão barato quanto manteiga e nem um pouco “glamouroso”.

Sendo apenas ovas de peixe salgadas (mais especificamente ovas do esturjão), o caviar nada tinha de especial até o século XIX, quando os nobres russos começaram a frequentar as cortes europeias com enorme séquito de servos, exigindo caviar com champanhe, e fascinando os aristocratas e ricos burgueses de Paris, Londres, Berlim e Viena.

Em pouco tempo o deslumbre com esse estilo de vida faria os burgueses europeus se apaixonarem pela iguaria e adotá-la como comida da elite em todo o mundo. O aumento do desejo pelo caviar fez com que diversas empresas surgissem na Europa cuja finalidade era apenas a importação, fabricação e comercialização das ovas.


Encontrado em diversos rios por todo o hemisfério norte, o esturjão é um peixe grande e extremamente dócil. É mais antigo que os dinossauros e tem cerca de 30 espécies cujas ovas produzem caviar de diversos tipos e qualidades. O consumo de ovas de peixe não se restringe apenas ao esturjão, mas o caviar só é qualificado como tal caso derive dele.

O boom do caviar experimentou dois momentos na história. O primeiro, ainda durante o século XIX, exterminou o esturjão em rios da Europa e EUA. O segundo, após o colapso do comunismo e da União Soviética na década de 90 do século XX, levou a quase extinção dos esturjões no Mar Cáspio.

A construção de diversas hidrelétricas no Rio Volga, um importante desovadouro do esturjão e um dos maiores rios da Rússia, também contribuíram para o desaparecimento do peixe, mas tentativas de reimplantá-lo por meio da alevinagem e reintrodução de espécies no Volga tiveram algum resultado. Contudo, após o fim da URSS, esses procedimentos diminuíram e o peixe ficou seriamente ameaçado.

Existe hoje uma crescente preocupação entre consumidores, produtores e organismos ambientais para a preservação do esturjão no Cáspio, mas a poluição, a destruição do seu habitat, a pesca excessiva e o comércio ilegal das ovas são ainda os maiores entraves para a sua salvação.

-- Thiago Amorim

Para saber mais:

Caviar: a estranha história e o futuro incerto da iguaria mais cobiçada do mundo - Inga Saffron

sábado, 1 de janeiro de 2011

Século XXI


Em uma cidade perto daqui há um monumento que me chama bastante atenção. Nele está escrito uma mensagem de saudação, vindo das pessoas do século XIX para as pessoas do século XX. Não sei a sua história e os motivos que levaram a sua construção, mas imagino que ele simbolizasse a esperança das pessoas que o idealizaram na nova era que surgia e que, fatalmente, cada uma dessas pessoas jamais presenciaria.

Catorze anos passariam até que as pessoas do novo século tivessem uma prévia do que seria todo o século XX: Uma sucessão de guerras; duas ou três delas guerras mundiais.                                                           

Agora chegamos ao fim da primeira década do século XXI. É interessante pensar sobre isso e imaginar o que as pessoas desejavam para todo o século XX quando da conclusão de sua primeira década. Naquele tempo, assim como no ano da construção do monumento citado anteriormente, muitos nem imaginavam os sofrimentos, as descobertas e as inúmeras revoluções que balançariam o planeta nos próximos cem anos. E aqui estamos nós, cem anos depois desse dia, e dez anos depois do início do nosso próprio século, do século XXI.

Nem carros voadores, nem colônias espaciais. O homem continua ligado a Terra e parece que vai ficar por aqui muito tempo ainda. Os conflitos continuam gigantescos e cada vez mais distribuídos por cada pedaço do planeta. A água nunca foi tão importante e os impactos ambientais tão perigosos.

Mesmo assim, temos do que nos orgulhar. Saúde, educação, segurança. Muitas coisas em muitos lugares avançaram, tornando a vida humana mais fácil. É irônico perceber que apesar de termos evoluído tanto em diversos campos, não avançamos na aceitação ao próximo, na humanidade em si. Alguns ainda vivem com a cabeça na Idade Média, presos a ideias e preconceitos ultrapassados. Mas digo a vocês... Essas pessoas não terão muito futuro nesse novo século. Elas nem ao menos terão muito tempo.

Karl Marx dizia que as novas gerações são assombradas pelas tradições das anteriores, e por causa disso presas a dogmas e convenções que não lhes pertencem, que não deveriam ser importantes. Acredito, entretanto que a partir de agora isso não mais acontecerá. As pessoas nunca tiveram tanto acesso a educação, cultura e informação. As pessoas nunca puderam pensar por si mesmas como podem hoje.

Assim, tenho confiança de que apesar de todos os conflitos e problemas, estamos numa época de mudança profunda, de validação de direitos, do respeito ao próximo, da construção de uma nova humanidade. Com esperança digo que no século XXI a vida será valorizada acima de qualquer outra coisa.

É com essa certeza, com o desejo por dias melhores que finalizo esse texto. Que o século XXI traga apenas felicidade, paz e bonança para todos nós.

Feliz 2011!!!

-- Thiago Amorim