terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Bastardos Inglórios!

O que teria acontecido caso uma milícia* organizada por assassinos profissionais tivesse aterrorizado o exército alemão durante a Segunda Guerra Mundial, e atentado contra a vida do Füher? O que uma jovem judia que perdeu toda a sua família poderia fazer para prejudicar o sádico plano dos alemães? É partindo do “e se” e fundindo essas duas histórias que o filme “Bastardos inglórios” constrói sua trama.
Dividida em capítulos, a narrativa conta com uma belíssima fotografia e também uma maravilhosa trilha sonora. Há durante todo o desenrolar do filme uma sensação de medo e angústia, seguidas de momentos de euforia e alívio. Há também certo sentimento de perda ao fim do filme, principalmente pela morte de personagens aos quais nos afeiçoamos desde o início.
As atuações estão impecáveis. Até o Brad Pitt (que em minha opinião é um péssimo ator) me surpreendeu. Mas quem mais chama atenção é a Mélanie Laurent no papel de Shoshanna Dreyfus, a garota judia que foge da perseguição alemã, e terá papel central no desfecho da história. Outro ator a se destacar é o Christoph Waltz, no papel de um coronel da SS muito inteligente e sem piedade alguma. Ele recebeu vários prêmios por sua atuação.
É um filme para todos os gostos, desde aqueles que adoram história, aos que buscam apenas diversão.
Mais um para ver e rever...
Grande abraço!
-- Thiago Amorim
* De fato várias milícias e movimentos de resistência surgiram durante a Segunda Guerra Mundial nos países ocupados. Alguns com sucesso, outros nem tanto. Obviamente o do filme é fictício.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Caviar

“Você sabe o que é caviar? Nunca vi nem comi eu só ouço falar...”

Assim começa a música, famosa em todo o nosso país, que fala sobre a tão desejada iguaria e a quase inacessibilidade a ela para quem não tiver menos de sete dígitos na conta bancária. Apesar de ser uma realidade atualmente, nem sempre as coisas foram assim. Ao longo da história o caviar foi comida de pobre, serviu como ração para porcos, foi tão barato quanto manteiga e nem um pouco “glamouroso”.

Sendo apenas ovas de peixe salgadas (mais especificamente ovas do esturjão), o caviar nada tinha de especial até o século XIX, quando os nobres russos começaram a frequentar as cortes europeias com enorme séquito de servos, exigindo caviar com champanhe, e fascinando os aristocratas e ricos burgueses de Paris, Londres, Berlim e Viena.

Em pouco tempo o deslumbre com esse estilo de vida faria os burgueses europeus se apaixonarem pela iguaria e adotá-la como comida da elite em todo o mundo. O aumento do desejo pelo caviar fez com que diversas empresas surgissem na Europa cuja finalidade era apenas a importação, fabricação e comercialização das ovas.


Encontrado em diversos rios por todo o hemisfério norte, o esturjão é um peixe grande e extremamente dócil. É mais antigo que os dinossauros e tem cerca de 30 espécies cujas ovas produzem caviar de diversos tipos e qualidades. O consumo de ovas de peixe não se restringe apenas ao esturjão, mas o caviar só é qualificado como tal caso derive dele.

O boom do caviar experimentou dois momentos na história. O primeiro, ainda durante o século XIX, exterminou o esturjão em rios da Europa e EUA. O segundo, após o colapso do comunismo e da União Soviética na década de 90 do século XX, levou a quase extinção dos esturjões no Mar Cáspio.

A construção de diversas hidrelétricas no Rio Volga, um importante desovadouro do esturjão e um dos maiores rios da Rússia, também contribuíram para o desaparecimento do peixe, mas tentativas de reimplantá-lo por meio da alevinagem e reintrodução de espécies no Volga tiveram algum resultado. Contudo, após o fim da URSS, esses procedimentos diminuíram e o peixe ficou seriamente ameaçado.

Existe hoje uma crescente preocupação entre consumidores, produtores e organismos ambientais para a preservação do esturjão no Cáspio, mas a poluição, a destruição do seu habitat, a pesca excessiva e o comércio ilegal das ovas são ainda os maiores entraves para a sua salvação.

-- Thiago Amorim

Para saber mais:

Caviar: a estranha história e o futuro incerto da iguaria mais cobiçada do mundo - Inga Saffron

sábado, 1 de janeiro de 2011

Século XXI


Em uma cidade perto daqui há um monumento que me chama bastante atenção. Nele está escrito uma mensagem de saudação, vindo das pessoas do século XIX para as pessoas do século XX. Não sei a sua história e os motivos que levaram a sua construção, mas imagino que ele simbolizasse a esperança das pessoas que o idealizaram na nova era que surgia e que, fatalmente, cada uma dessas pessoas jamais presenciaria.

Catorze anos passariam até que as pessoas do novo século tivessem uma prévia do que seria todo o século XX: Uma sucessão de guerras; duas ou três delas guerras mundiais.                                                           

Agora chegamos ao fim da primeira década do século XXI. É interessante pensar sobre isso e imaginar o que as pessoas desejavam para todo o século XX quando da conclusão de sua primeira década. Naquele tempo, assim como no ano da construção do monumento citado anteriormente, muitos nem imaginavam os sofrimentos, as descobertas e as inúmeras revoluções que balançariam o planeta nos próximos cem anos. E aqui estamos nós, cem anos depois desse dia, e dez anos depois do início do nosso próprio século, do século XXI.

Nem carros voadores, nem colônias espaciais. O homem continua ligado a Terra e parece que vai ficar por aqui muito tempo ainda. Os conflitos continuam gigantescos e cada vez mais distribuídos por cada pedaço do planeta. A água nunca foi tão importante e os impactos ambientais tão perigosos.

Mesmo assim, temos do que nos orgulhar. Saúde, educação, segurança. Muitas coisas em muitos lugares avançaram, tornando a vida humana mais fácil. É irônico perceber que apesar de termos evoluído tanto em diversos campos, não avançamos na aceitação ao próximo, na humanidade em si. Alguns ainda vivem com a cabeça na Idade Média, presos a ideias e preconceitos ultrapassados. Mas digo a vocês... Essas pessoas não terão muito futuro nesse novo século. Elas nem ao menos terão muito tempo.

Karl Marx dizia que as novas gerações são assombradas pelas tradições das anteriores, e por causa disso presas a dogmas e convenções que não lhes pertencem, que não deveriam ser importantes. Acredito, entretanto que a partir de agora isso não mais acontecerá. As pessoas nunca tiveram tanto acesso a educação, cultura e informação. As pessoas nunca puderam pensar por si mesmas como podem hoje.

Assim, tenho confiança de que apesar de todos os conflitos e problemas, estamos numa época de mudança profunda, de validação de direitos, do respeito ao próximo, da construção de uma nova humanidade. Com esperança digo que no século XXI a vida será valorizada acima de qualquer outra coisa.

É com essa certeza, com o desejo por dias melhores que finalizo esse texto. Que o século XXI traga apenas felicidade, paz e bonança para todos nós.

Feliz 2011!!!

-- Thiago Amorim

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

IBGE - Censo 2010

Foram dez meses de trabalho, diversão e muita confusão. Tudo começou em março, quando fomos convocados e nos apresentamos para trabalhar no censo 2010. 

A equipe era formada por Glênia, Ciro, Jaciara, Juliana, Jonathan, Aline, Hélvio e eu. Cada um com seu temperamento, com suas particularidades. Confesso que fiquei cismado no início, devido à experiência do censo anterior, quando uma pessoa fez mal a todas as outras. Mas dessa vez tudo correu perfeitamente bem. Sempre fomos muito unidos.

Acredito que amigos são tão importantes quantos nossos parentes, só que com a conveniência de que podemos escolher quais vão estar ao nosso lado. Fiz grandes amigos dentro dessa turma, amigos que levarei para o resto da vida.

Entre os momentos memoráveis do censo 2010, estão o recebimento do primeiro salário (John quase mata as meninas de vergonha no banco); o trote recebido por Jaciara, que quase enlouquece de tanta raiva; as inúmeras vezes em que Aline sumiu com a chave do posto e deixou “chefa” esperando horas e horas por ela; as viagens para diversos sítios do município; os nossos treinamentos (onde descobrimos a grande atriz que Jaciara é) e o treinamento dos recenseadores, onde fizemos grandes amigos também; os barracos causados por “Shineray”, uma moça nem um pouco educada que vivia perto do posto de coleta; enfim, tudo o que aconteceu nesse tempo, e que será lembrado para sempre por cada um de nós.


Devo falar sobre os apelidos também: “jaci, Ceci, Peri”, ou simplesmente “Jaci”; “Zão”, cujo apelido completo só eu e a Jaciara sabemos; “Cabeludo”; “Chefa”; “a simples dona de casa”; “Melancia”; “H-i-p-e-r-a-t-i-v-o”; “Tartaruga de cem anos”; “Baca”; “Satã”; “Helvinho”; “João”; Todos receberam um apelido durante esses dias, e isso nos fez rir muito.

Enfim, a experiência no Censo foi única. Ouço muitas reclamações sobre o IBGE e os problemas que apareceram durante toda a operação censitária. Digo-lhes que a grande maioria é mentira ou exagero, e mesmo com as dificuldades foi muito gratificante todo o período em que fiquei por lá. Todo o trabalho foi bem recompensado, e apesar de alguns empecilhos, fui muito feliz como Agente Censitário Supervisor no censo 2010.

Grande abraço!

-- Thiago Amorim

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Mera Coincidência - "Wag The Dog"

Matrix, Clones, Equilibrium... São muitas as idéias e filmes que mostram formas de controle das massas. Entretanto vi essa semana um filme que traz idéias de manipulação social de forma menos “futurista”, que traz a domesticação do público de forma mais realista e próxima a nós.

O filme em questão chama-se “Mera Coincidência”, de 1997. Na história o presidente dos EUA está a poucos dias de uma vitória esmagadora em sua candidatura à reeleição, quando uma acusação de abuso sexual ameaça seus planos. É convocada então uma reunião de emergência para solucionar a crise. A idéia que surge é a criação de uma guerra falsa contra a Albânia como forma de mudar o foco do escândalo para a guerra, tudo isso construído por um famoso produtor de filmes em Hollywood. As coisas correm bem até que a CIA se envolve e atrapalha os planos dos conspiradores.

Com um elenco de peso e uma história interessante, “Mera Coincidência” diverte e nos faz pensar. Afinal, os meios de comunicação estão nas mãos de quem? De onde surgem as notícias e quem tem certeza se elas são de fato verdadeiras? São questões levantadas pelo filme e que deveriam ser levadas mais a sério por cada um de nós...

-- Thiago Amorim

sábado, 11 de dezembro de 2010

A última noite de Boris Grushenko

Nesses dias de fim de período na faculdade, quando o nosso "juízo" já está meio abalado, fica difícil se concentrar e fazer algo que preste. Como eu estava à beira de um ataque de nervos, resolvi que deveria parar por algumas horas e assistir a um bom filme.

Passei por diversos canais na TV e nada me agradou. Mas meio que de repente achei um que me pareceu interessante. Confesso que só resolvi vê-lo pelo tema, alguma coisa a ver com Napoleão e a invasão à Rússia em 1812. Não imaginava que iria me divertir tanto!

O filme conta a história de Boris, um jovem russo que se vê obrigado a partir para a guerra em defesa de seu país das agressões napoleônicas. Ele é um covarde convicto e assumido, apaixonado por sua prima Sonja e muito atrapalhado. Apesar desses detalhes acaba surpreendendo na guerra, mais por acaso que por vontade, e se torna um grande herói nacional.

A tal última noite que aparece no título do filme, refere-se ao encontro de Boris e Sonja com Napoleão e um plano para assassiná-lo. É uma comédia inteligente, com diálogos bem construídos e cenas hilariantes, onde a morte tem um papel essencial do início ao fim.

Destaque para as cenas em que Boris conversa com a morte e com a personagem Sonja.

Fica aí a dica. Mais um filme para ver e rever (eu já vi seis vezes!).

-- Thiago Amorim

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Rasputin

Família Imperial Russa

A Família Imperial Russa estava com um grave problema. Seu Czar e sua Czarina não geravam descendentes do sexo masculino, o que seria um entrave para a sucessão. Não é de estranhar, portanto, que após o nascimento de quatro meninas, quando finalmente Alexis nasceu, a corte tenha recebido a notícia com grande alívio. A Rússia Czarista estava assegurada. Isso é o que eles pensavam...

Logo nos primeiros anos de vida, descobriu-se algo terrível sobre o herdeiro do trono russo. Alexis era portador de uma grave doença congênita, que herdara de sua avó materna: a hemofilia. Apenas um corte na mão ou uma pequena queda deixavam sua saúde muito abalada, com o risco de que sangrasse até a morte. A família Imperial estava assustada, desesperada, até que um novo personagem surgiria, mudando para sempre a sua história.

Seu nome era Grigori Yefimovich Novykhn, mas ficaria conhecido apenas pelo nome Rasputin, que significa pervertido em russo. Místico siberiano, dizia que se dirigira a São Petersburgo (então capital da Rússia Czarista), apenas com o intuito de servir a família imperial. Incrivelmente após o contato de Alexis com Rasputin sua saúde começou a melhorar. Não se sabe até hoje qual seria sua técnica, entretanto muitos apostam na hipnose como a forma utilizada para aliviar o sofrimento do garoto. Apesar do auxílio, o monge não era visto com bons olhos pela aristocracia russa, e em pouco tempo foi banido da corte.

Mas parecia que tudo conspirava a favor de Rasputin, pois certo dia Alexis adoeceu seriamente e a Czarina desesperada recorreu aos seus serviços. Com suas palavras o garoto melhorou em pouco tempo e a soberana muito agradecida garantiu que nada faltaria para o novo amigo dos Czares, o salvador de Alexis. Rasputin ganhou a proteção da família imperial russa, e passou a viver com esplendor no cargo de conselheiro do Czar Nicolau II. Era mulherengo e encrenqueiro, causando inúmeras confusões por onde passava, sendo inclusive responsável pela destruição de vários casamentos. Por causa dessa “vida agitada” o incômodo entre os nobres russos continuava, e finalmente resolveram que estava na hora de livrar-se dele.

Rasputin entrou para a vida pública russa em um momento delicado. Convulsões sociais irrompiam por todo o império, a primeira guerra mundial seria um desastre para o Czarismo e o povo se voltava contra os Romanov. O místico tinha consciência disso, mas não estava disposto a perder o prestígio e as mordomias. Conta-se que antes do fatídico dia de sua morte, ele havia proferido uma maldição contra a família imperial, de que se qualquer mal fosse feito contra ele por algum membro dos Romanov, o Czar e sua família morreriam num espaço de dois anos.

Os nobres não se intimidaram e mantiveram o plano de dar fim ao inconveniente Rasputin. Certa noite o convidaram para um jantar na casa de Félix Yussupov, ligado à família imperial, onde o místico imaginava ter a oportunidade de dormir com a esposa deste último. Quando Rasputin chegou foi tratado com muita pompa. A seguir serviram várias taças de vinho, com uma dose de veneno suficiente para matar um elefante. Rasputin não sofreu nada e então o alvejaram com diversos tiros, acertando-o na cabeça e no coração. O espancaram e o castraram, jogando-o a seguir no rio Neva. Incrivelmente ,quando o corpo foi encontrado e analisado alguns dias depois, a autópsia revelou que ele havia morrido por afogamento e não pelas lesões causadas por seus agressores.

O mistério não acabaria aí. Após o enterro de Rasputin, seu túmulo foi violado e o corpo desapareceu. Para alguns ele não estava morto e fugiu da Rússia, para outros a vingança dos nobres se estendeu para o pós-morte.

Odiado por muitos e venerado pelo último Czar do Império Russo, Rasputin foi uma figura intrigante e polêmica no seu tempo. Sua fama deu origem a diversos personagens em filmes e produções literárias durante todo o século XX.

Curiosidades:

- Dezenove meses após a morte de Rasputin, o Czar e toda a família imperial foram assassinados pelos revolucionários bolcheviques;

- Rasputin foi durante o início da sua vida uma espécie de "curandeiro itinerante", tendo viajado por vários lugares na Ásia e Europa até se estabelecer em São Petersburgo;

- Uma das histórias sobre Rasputin é a de que o místico tinha uma enorme genitália. O órgão foi arrancado durante o seu assassinato e conservado durante muito tempo sob a guarda de uma senhora em Paris. Hoje está exposto no museu do sexo em São Petersburgo.

-- Thiago Amorim

Para saber mais:

Nicolau II – Coleção Grandes líderes – Editora Nova Cultural

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Dezembro

Chegamos finalmente a Dezembro! Essa será a última postagem sobre a origem do nome dos meses do ano, completando o ciclo que se iniciou em Janeiro de 2010.

A origem do nome dezembro vem do latim decem, que significa dez. Assim como os três meses anteriores a ele, a colocação dentro do antigo calendário romano é que deu origem ao seu nome.

Mês do solstício de inverno no Hemisfério Norte, originou diversas festas pagãs em todo o mundo, que mais tarde seriam aproveitadas pela Igreja Católica para criação dos seus próprios eventos. O Natal, por exemplo, deriva das festividades romanas de Saturnália e do Deus Mitra, ambas ocorridas no mesmo mês e substituídas pela festa de nascimento de Jesus Cristo.

Para a sociedade moderna é o mês das compras, das festividades e de preparação para o novo ano. Segundo a confusão feita em cima do calendário maia, será o mês do fim do mundo em 2012.

Então fazendo uma retrospectiva: O calendário que usamos hoje é o Gregoriano, uma adaptação do calendário Juliano romano, de forma a consertá-lo. Diversos países demoraram a adotar este novo calendário instituído pelo Papa Gregório XIII no século XVI, de forma que muitas datas não coincidiram em alguns lugares do mundo durante a história.
É importante ressaltar também que esse é o calendário Ocidental, por isso diferente dos calendários muçulmano, judaico, chinês, entre outros.

Grande abraço!

-- Thiago Amorim

domingo, 7 de novembro de 2010

Novembro



Dando continuidade a série de textos sobre o significado dos meses do ano, chegamos ao penúltimo post. Esse mês, assim como o anterior, tem seu nome derivado da posição dentro do antigo calendário romano: nono mês do ano recebeu o nome de novembro, e assim permaneceu mesmo após a adição de mais dois meses no calendário.

É o mês do dia de finados e do dia de Todos os Santos para a Igreja Católica (se você fez dívidas para pagar no dia de São Nunca, chegou a hora!); do gigantesco terremoto que destruiu Lisboa em 1755; do golpe de estado no dia 15, que ficou conhecido como Proclamação da República no Brasil; do fim da Primeira Guerra mundial em 1918, e das reviravoltas na Segunda Guerra Mundial, quando a Alemanha perdeu fôlego nas suas campanhas contra a Rússia em 1942.

-- Thiago Amorim

Para saber mais:

A origem de datas e festas – Marcelo Duarte
As cem maiores catástrofes da história – Stephen J. Spignesi

Imagem: Proclamação da República - Obra de Benedito Calixto

sábado, 30 de outubro de 2010

A ilha

A ilha é um filme que nos faz pensar sobre como vivemos e a sociedade que estamos construindo. Contando com toda a “pirotecnia hollywoodiana”, com cenas de ação de tirar o fôlego, não perde seus méritos e é de fato uma obra prima da sétima arte. Como nunca mais escrevi alguma dica de filme, resolvi expor sobre esse, que já estreou há alguns anos, mas é interessante e vale a pena ser visto. No pequeno relato abaixo há diversos spoilers* e muito da minha opinião pessoal. Espero que gostem!

Numa antiga base militar americana em meio ao deserto, um complexo futurista guarda um segredo que pode mudar para sempre as relações sociais do nosso planeta. Uma organização ligada ao governo americano diz oferecer a cura para morte através da clonagem. Entretanto, os clientes dessa organização, não sabem que seus clones (ou agnatos, como são chamados no filme) possuem vida social e tem sentimentos humanos.

Para que os clones permaneçam pacíficos e não desconfiem de nada do mundo lá fora, uma série de mentiras é criada, como uma contaminação global onde só eles escaparam, e a existência de uma ilha, na qual todos terão o direito de viver ao ganhar na loteria. Os segredos da organização correm perigo quando os clones começam a desconfiar que tudo o que se passa dentro do complexo é uma farsa. Alguns fogem e é iniciada uma caçada desesperada em busca dos foragidos. Por fim os clones conseguem salvar a todos e destruir a base secreta. A história se passa no ano de 2019.

O filme mostra o que as inovações tecnológicas e cientificas podem trazer de bom ou ruim para a nossa sociedade. Percebe-se no decorrer da história que a tecnologia facilita em vários pontos da nossa vida, como nos setores de transporte, informação, comunicação, segurança e saúde. Mas também revela os perigos de uma “liberação científica”.

A sociedade é enganada devido à maravilha que a ciência proporciona: A extinção da morte ou o prolongamento da vida para quem puder pagar. Os clones são vistos como produtos e tratados de igual forma, havendo de fato uma mercantilização da vida, mesmo quando os clientes não conheçam a verdade sobre o negócio. Dessa forma a empresa prestadora de serviços, ficou livre para atuar da maneira como desejasse sem precisar ser fiscalizada, infringindo diversas leis éticas. A tecnologia cegou o homem, e nesse sentido foi maléfica. Houve a criação de um segundo holocausto, que como o nazista, gerava lucros.

Também é explorado o sentido de alienação. Os clones ficam “cegos”, presos ao seu mundo devido ao grande grau de controle e manipulação que a tecnologia proporciona. Sem saber, os clones trabalhavam para o progresso da instituição e, consequentemente, para suas próprias mortes.

-- Thiago Amorim


*Spoilers são informações que revelam partes, ou o todo, do enredo de histórias e filmes.