Hoje ela é uma das figuras mais conhecidas e comemoradas em todo o mundo. Um bilhão de católicos, um bilhão e meio de muçulmanos, um bilhão e cem milhões de cristãos em todo o nosso planeta a veneram como a mãe de Jesus Cristo. Isso significa que Maria é conhecida por mais da metade de todos os seres humanos.
Nos ritos e dogmas católicos, é considerada uma das figuras mais importantes do cristianismo e amplamente venerada como a mãe de Deus. Isso gera inúmeras controvérsias e conflitos com as demais religiões que reconhecem Jesus Cristo como profeta ou como Deus, já que estes consideram Maria uma figura respeitada, mas apenas uma humana, sem qualquer influência ou poder divino.
Mas as raízes de tanto interesse e veneração por parte da Igreja Católica Romana têm um lado obscuro e muito pouco conhecido.
Durante os difíceis anos do início do cristianismo, seus adeptos eram frequentemente perseguidos e assassinados. Isso aconteceu com quase todos os apóstolos inclusive Pedro, o primeiro Papa católico (a exceção foi João que morreu de velhice). Mas com o passar dos anos e o crescimento dos adeptos de Jesus, Roma, a grande potência da época, passou a interessar-se pelo cristianismo e em alguns anos não apenas permitiu, mas também o instituiu como religião oficial do Império.
Então de perseguidos, os cristãos passaram a ser os perseguidores (coisa que não mudou muito até os dias de hoje) e, para conseguir fincar-se cada vez mais profundamente na sociedade romana, começaram a adaptar seus festejos às datas de festas pagãs celebradas em Roma. Assim o Natal foi estabelecido no fim do ano, para coincidir com a festa do solstício de inverno, muito popular na época. A Páscoa, apesar de relembrar a morte e ressurreição de Jesus, adaptou outra data festejada na primavera em comemoração a “Eostre” deusa da primavera e do renascimento. A igreja adaptou até mesmo os ovos e coelhos usados nesse evento.
Mas existia uma Deusa que não conseguia ser apagada, que o cristianismo não conseguia destruir ou acomodar uma comemoração para ela. A deusa em questão era Diana, ou Ártemis, que atraía um enorme número de seguidores e amplas doações de todos os lugares do mundo conhecido.
A solução encontrada, foi transformar Maria em uma “semi-deusa” e incorporá-la aos ritos e dogmas cristãos. O lugar onde o mais famoso dos templos de Ártemis estava localizado em Éfeso foi transformado no lugar da morte* de Maria, que inclusive “coincidiu” com a época dos festejos da Deusa, nos idos de agosto.
A igreja então, durante a história, recheou o calendário com festas e eventos ligados a Maria, celebrando seu nascimento em setembro, sua morte em agosto e o mês de veneração em Maio. Nesse último caso para coincidir ainda com a primavera nos países do hemisfério norte, significando nascimento, pureza e a virgindade.
-- Thiago Amorim
*Para alguns setores do cristianismo Maria viveu em Éfeso, mas morreu em Jerusalém, estando sepultada nesta cidade.
*Para alguns setores do cristianismo Maria viveu em Éfeso, mas morreu em Jerusalém, estando sepultada nesta cidade.
Um comentário:
Falar em história e pensar em você, não tem jeito. Estou aprendendo um bocado através do seu blog.
Bjos.
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