sábado, 8 de maio de 2010

A Torre Eiffel

No dia 06 de maio de 1889, há mais de 120 anos, a Torre Eiffel era aberta ao público (foi inaugurada em 31 de março do mesmo ano). A estrutura foi construída para abrilhantar a Exposição Universal de Paris, e levou mais de dois anos para ser concluída (o dobro do tempo previsto).

A Exposição foi um marco da modernidade e deveria comemorar o centenário da Revolução Francesa (aquela em que os nobres perderam, literalmente, a cabeça). Ideologicamente mostrava o triunfo da burguesia em trazer a paz e a prosperidade ao mundo.

Durante os preparativos para o evento, foi aberto o concurso para que uma estrutura símbolo fosse construída no Champ-de-Mars; um sucesso imediato, recebendo mais de cem sugestões. Gustave Alexander Elffel não estava tentado a participar, até que dois de seus funcionários* demonstraram interesse. Percebendo o enorme destaque que teria caso construísse a torre, rapidamente passou a interessar-se e lançou-se no concurso.



Com o projeto aprovado, Eiffel teve que arcar com 80% dos custos da empreitada e enfrentou vários problemas durante a construção, como as greves de funcionários que o atormentaram diversas vezes.



Mas não foi apenas o fantasma da greve que o ameaçou; as pessoas, os artistas, todos odiaram a torre. Frequentemente se falava mal do projeto e do design “tosco” e “deselegante” do monólito de ferro. “La tour Eiffel” parecia estar fadada ao fim antes mesmo do começo.



Mas o projeto seguiu adiante e impressionou a todos quando ficou pronto, se tornando em poucos anos o símbolo de Paris e da França. Ela teria sido destruída em 1909 quando acabou a concessão do terreno no Champ-de-Mars para Eiffel (Eiffel teve o direito de ficar com a torre para si durante vinte anos, quando então seria doada para a cidade de Paris), mas sua utilidade para transmissão de ondas de rádio, além da presença marcante na silhueta da cidade a salvaram.

Hoje é a atração turística mais visitada do mundo. Tem 324 metros de altura, comporta museus, restaurantes, lojas e plataformas de observação. Mais de 250 milhões de pessoas já a visitaram desde a inauguração.

*Maurice Koechlin e Émile Nouguier foram os primeiros idealizadores da torre e venderam a patente para Eiffel posteriormente. Ambos eram funcionários da “Eiffel & Cie”.



Curiosidades:

Inicialmente ela se chamava “La tour de 300 mètres”;

A torre garantiu a aposentadoria confortável de Gustave Eiffel;

Hitler esteve na Torre Eiffel quando se apoderou da França durante a Segunda Guerra Mundial, mas não pode subir ao topo, pois os cabos dos elevadores foram cortados por patriotas franceses. Os elevadores só voltaram a funcionar quando a cidade foi libertada, próximo ao fim da guerra;

Os alemães hastearam uma enorme bandeira com a suástica no topo da torre, mas em poucas horas a mesma foi levada pelo vento;

Próximo ao fim da guerra, o Füher alemão ordenou que a torre e toda a cidade fossem destruídas, mas seu General, Dietrich Von Choltitz, não obedeceu, entregando a cidade praticamente ilesa a De Gaulle.  

-- Thiago Amorim

Para saber mais:

Exposições Universais Espetáculos da Modernidade do Século XIX – Sandra Jatahy Pesavento;

Gustave Alexander Eiffel – Paco Asensio

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Maio

O Quinto mês do ano homenageia “Bona Dea”, Deusa romana da fertilidade (“Maya” na mitologia grega). Cabe lembrar aqui, que ainda estamos na primavera no hemisfério norte, e a Deusa da fertilidade está ligada ao florescer, como a deusa Aprilis do mês anterior, abril.

O mês de maio é dedicado a duas datas importantes (entre tantas outras, claro). A primeira delas é o dia do trabalho, oficialmente instituído no Brasil a partir de 1924 durante o governo de Artur Bernardes. A homenagem relembra as conquistas dos trabalhadores e os inúmeros desafios que enfrentaram para obtê-las.

A segunda data importante (principalmente para o comércio) é o dia das mães, comemorado no segundo domingo de maio. A ideia de homenagear as mães vem desde a Grécia, passando por Roma e invadindo a Idade média. Mas por incrível que pareça no mundo moderno, a data foi instituída não por tradição ou pressão comercial, e sim como homenagem a mãe de Anna M. Jarvis, americana, que entrou em depressão após a morte de sua genitora (é... o comércio se apoderou da data depois). No Brasil, a data foi oficializada em 1932, pelo então Presidente Getúlio Vargas.


Vale lembrar, que o mês também é considerado pela Igreja Católica Romana, como o relativo a Maria, mãe de Jesus. Tem uma história meio louca por trás disso, mas fica para outro post. 
Grande abraço!

-- Thiago Amorim

Para saber mais:

A origem de datas e festas – Marcelo Duarte

www.crystalinks.com/maiahermes.jpg

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Brasília


Os planos para a interiorização da capital do Brasil se estendiam desde os tempos em que éramos apenas uma colônia portuguesa. O Marquês de Pombal (o mesmo que expulsou os jesuítas) defendia abertamente a interiorização.

Como sabemos, Salvador permaneceu com o poder administrativo colonial até 1763, quando a sede foi então transferida para a cidade do Rio de Janeiro por questões econômicas. Contudo, dois fatores pesavam para a instalação da capital no interior: segurança e integração. A capital estando no litoral brasileiro tornava-se muito propícia a invasão em caso de guerra e o país também precisava desenvolver os estados mais a oeste e norte, integrando-os a economia. Mesmo assim, após a independência do Brasil, o Rio de Janeiro continuava a ser a capital.


Durante o século XIX cogitou-se a possibilidade de haver a mudança, inclusive com visitas ao local onde hoje se encontra a moderna cidade. O terreno foi localizado e demarcado entre 1891 e 1894, para uma futura instalação e construção, mas os planos foram mantidos paralisados.

A ideia só tornaria a voltar após 1922, e se efetivar ainda mais tarde, com o governo do Presidente Juscelino Kubitschek. O seu “plano de metas” (o famoso “50 anos em 5”) incluía a construção e transferência da capital para o interior do país. Um programa arrojado e ambicioso foi desenvolvido, incluindo a construção de toda uma infra-estrutura e logística para possibilitar a ocupação e o funcionamento da capital em seu novo ambiente (plano criticado por priorizar as rodovias e não as ferrovias).

Os trabalhos iniciaram-se com o lançamento do concurso, em 1956, para a escolha do projeto de construção da nova capital. O vencedor, o urbanista Lúcio Costa, contou com os desenhos de Oscar Niemeyer para a maioria dos edifícios públicos da capital.  



Em 1957 as obras foram iniciadas. A construção atraiu milhares de famílias de todas as regiões do país, em especial do Nordeste, que buscavam emprego e melhores condições de vida. Essas pessoas ficaram conhecidas como “candangos”. Com a ajuda desse enorme número de trabalhadores, em 21 de abril de 1960 Brasília estava parcialmente concluída e foi inaugurada por JK. Apesar de ter sido inaugurada, muita coisa ficou pendente na cidade e apenas durante o regime militar a cidade foi finalizada. Ainda assim, alguns órgãos do governo nunca tiveram suas sedes transferidas, como o IBGE por exemplo.


Projetada para acomodar cerca de 600 mil pessoas até o ano 2000, Brasília conta hoje com mais de 2,5 milhões de habitantes. Apesar de sua área central continuar impecavelmente limpa e organizada, as demais cidades do Distrito Federal sofrem com a falta de infra-estrutura e investimentos. Além disso, a cidade conta com poucas opções de transporte e grandes engarrafamentos acontecem todos os dias. Um sistema de metrô foi construído para  sanar o problema, mas é ineficiente e apresenta prejuízos financeiros gritantes para o Estado Brasileiro todos os anos.


A capital que deveria integrar foi muito criticada, pois na verdade afastou os brasileiros das decisões políticas. A transferência da capital trouxe tumulto ao Rio de Janeiro e, como forma de compensar a perda política das classes dirigentes daquela cidade, o Estado da Guanabara foi criado. Este existiu por 15 anos até ser extinto pelo governo militar.


Brasília completa 50 anos no dia 21 de abril de 2010, data escolhida à época de forma que a inauguração coincidisse com a data da Inconfidência Mineira e a morte de Tiradentes.

--Thiago Amorim

Para saber mais:



terça-feira, 13 de abril de 2010

Titanic

No dia 10 de abril de 1912 o navio Titanic foi inaugurado na Inglaterra. Gigantesco, com cerca de quarenta e seis mil toneladas e 269 metros de comprimento, seria o maior e mais luxuoso do mundo até então. Fruto da classe Olympic, da White Star Line, era a “menina dos olhos” da companhia e sua primeira viagem era anunciada com muita pompa. Dizia-se que o maravilhoso navio era insubmergível, que nem mesmo o próprio Deus poderia afundá-lo.

Cerca de 2.200 pessoas, incluindo-se a tripulação, embarcaram no navio em Southampton, Cherbourg e Queenstown com direção a cidade de Nova York. Entre outras acomodações, os passageiros contavam com piscina, academia, biblioteca e quadra de Squash, além do famosíssimo Café Parisiense, o primeiro do tipo em navios de cruzeiro. De financistas a proprietários de estradas de ferro, o suntuoso navio desfilava com a nata da burguesia americana e européia no período mais fascinante vivido por essa classe, a Belle Époque.



Até mesmo os passageiros das segunda e terceira classes dispunham de relativo conforto não encontrados em qualquer outro navio à época. Banheiros exclusivos por cabine eram encontrados nas classes menos favorecidas e podia-se caminhar entre os passageiros da primeira classe (com algumas ressalvas, claro).

A megalomania e orgulho seriam em poucos dias dilacerados. Na noite de 14 de abril o gigantesco navio abalroou um Iceberg comprometendo alguns dos compartimentos estanques. Apenas algumas horas depois, já na madrugada do dia 15, o insubmergível navio iria a pique com 1517 de seus ocupantes. Aproximadamente 703 escaparam.



No primeiro instante em que as notícias alcançaram os grandes centros, poucos acreditavam na tragédia. Até mesmo chegou-se a formar uma multidão no porto de Nova York na terça-feira posterior ao acidente na esperança que o navio atracasse com segurança. A realidade seria mais cruel e traria os sobreviventes com relatos surpreendentes sobre o naufrágio.

Devido à tragédia, as normas de segurança internacionais mudaram, e a partir dessa data os navios deveriam ter botes salva-vidas suficientes para todos os passageiros. As experiências daqueles que sobreviveram à catástrofe mais famosa do mundo se transformaram em diversos filmes, lendas e livros.

O Titanic se foi com apenas "cinco dias de vida”, mas permanece no imaginário popular desde então.

-- Thiago Amorim

Para saber mais:

“As 100 maiores catástrofes da história” – Stephen J. Spignesi

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Abril



O mês de Abril deriva do latim Aprilis, que significa “abrir”. Recebeu esse nome, devido ao despertar da primavera no hemisfério norte nessa época do ano, e portanto o “desabrochar”, o “abrir” das culturas. Sugere-se, entretanto, que o nome também derive da Deusa grega do amor e da paixão Vênus, (Afrodite na mitologia Romana) a qual segundo a lenda teria nascido de uma espuma do mar, que em grego antigo dizia-se “abril”.


O mês é um dos mais importantes para a sociedade ocidental devido à data da páscoa, que em muitos anos cai em abril (importante lembrar: a comemoração da páscoa é móvel por se basear no calendário lunar e não no solar).

Outra data bem conhecida, embora menos importante, e comemorada em diversos lugares do mundo é o dia da mentira, no primeiro de abril. O dia surgiu devido à confusão causada pela mudança dos calendários. Quando o calendário Juliano foi substituído pelo Gregoriano, muitas pessoas continuaram a comemorar o ano novo entre março e abril, com festejos que acabavam no primeiro de abril. A substituição dos calendários fez com que o ano começasse em janeiro, mas muitas pessoas continuaram a comemorar a data na época errada. Dessa forma, sugiram diversas brincadeiras envolvendo a data e seu falso início de ano. Em alguns países o dia da mentira é conhecido como “dia dos tolos” devido a tais eventos.

-- Thiago Amorim

Para saber mais:

A origem de datas e festas – Marcelo Duarte

* Imagem: O nascimento de Vênus - Botticelli

terça-feira, 30 de março de 2010

Livro: "Roubaram a Mona Lisa!"

A expressão da Mona Lisa, exposta no Louvre em Paris, traz uma série de perguntas à cabeça de todos que a veem.  O que aquela mulher sentia, quem era, o que fazia? As especulações são muitas e as respostas mais numerosas ainda. Surpreendentemente o sorriso mais famoso do mundo é o mais singelo e contido.

No recente trabalho da escritora R.A. Scotti, somos convidados a adentrar no mundo das artes, das falsificações e das investigações policiais, em busca do destino do quadro mais famoso do mundo, naquele que foi o maior roubo de arte da história. Com seriedade e bom humor, o "passo a passo" dessa história é minuciosamente trabalhado e, por fim, esclarecido.

De Apollinaire e Picasso até o verdadeiro ladrão, Vincenzo Peruggia, e ainda entre as várias histórias que surgiram durante, e após o período em que o quadro ficou desaparecido*, podemos sentir o clamor e o pesar do povo francês por sua perda. A autora é claro, não nos deixa escapar a história da obra e do seu famoso artista, Leonardo Da Vinci.

“Roubaram a Mona Lisa!” é delicioso de ler do início ao fim, deixando “aquele gostinho de quero mais”, sempre presente nas obras de R.A. Scotti.


-- Thiago Amorim

* O quadro foi levado do Louvre em 21 de agosto de 1911, e não se percebeu o sumiço até a manhã seguinte. Foi encontrado em Florença em 12 de dezembro de 1913 e restituído a França em janeiro de 1914.

sábado, 20 de março de 2010

Livro: "Armas, Germes e Aço"

Por que o povo da Eurásia se mostrou mais apto a construir impérios, criar tecnologias e dominar o mundo durante grande parte da história humana? 
Os Eurasianos são melhores que todo o resto da população mundial e, portanto, mais evoluídos?

Os relatos preconceituosos derivados dessas perguntas (até mesmo afirmações) são postos abaixo pelo excelente trabalho do Professor Jared Diamond no seu livro "Armas, Germes e Aço".

Essa obra (que lhe rendeu o prêmio Pulitzer) traz de forma clara e concisa uma explicação simples para a hegemonia eurasiana na história da raça humana.

Segundo seu trabalho, as condições climáticas e geográficas da Eurásia propiciaram o desenvolvimento do que o autor chama de armas, germes e aço: exércitos, doenças e tecnologia, que viriam a ser os meios de dominação utilizados contra as outras regiões do mundo. 

Para os Darwinistas sociais a sua resposta é bem concisa: Os povos que vivem sem um estado definido, com leis e instituições para solucionar os seus problemas, precisam resolvê-los por si mesmos. Então apenas os mais desenvolvidos geneticamente conseguem sobreviver, o que torna os aborígenes australianos, por exemplo, mais evoluídos que os Europeus. 

Seus preconceitos nunca mais terão sentido depois de apreciar esse livro...
Leitura obrigatória para todos! 

-- Thiago Amorim

quinta-feira, 18 de março de 2010

Março

E chegamos finalmente ao mês de março.

Como é de se imaginar, seu nome deriva de Marte, deus da guerra romano.

Sabe-se que a cultura romana foi adaptada de acordo com a dos povos por eles conquistados. Nesse caso, na cultura grega encontra-se o deus equivalente a Marte em Ares.

O mês tem esse nome devido a sua importância. Pelo primeiro calendário romano, o ano se iniciava em março, durante a primavera, ocasião perfeita para o início das campanhas militares do Império. Após sofrer diversas mudanças e adaptações (especialmente a realizada pelo Imperador Júlio César) o calendário teve a anexação dos meses de janeiro e fevereiro ao ano. Janeiro passou a ser o primeiro mês, mas em muitas culturas março permaneceu como o início do ano até o século XX, principalmente nas localidades onde o calendário utilizado ainda era o Juliano*.

* O calendário atual é o gregoriano, que se trata de uma adaptação feita pelo Papa Gregório XIII no século XVI. Vários países, principalmente aqueles contrários ao catolicismo romano, não utilizaram esse calendário até épocas recentes, como Rússia e Grécia por exemplo.


-- Thiago Amorim

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Fevereiro



Continuando as postagens sobre o significado do nome dos meses do ano, chegamos a fevereiro.

Aparecendo primeiramente no calendário anterior ao Juliano em Roma, e também presente no Gregoriano (calendário atual), o mês tem seu nome derivado do Deus da morte e da purificação, Febbrus, da mitologia etrusca.

O mês possuía 29 dias normalmente e 30 dias em anos bissextos. Isso foi alterado posteriormente pelo Imperador Augusto, que mudou o nome do mês sextilis para Agosto, em sua própria homenagem, “roubando” um dos dias de fevereiro para que esse “novo” mês tivesse o mesmo número de dias do mês de Júlio César, “julho”.

Nessa época havia um evento chamado “februalia” com sacrifícios para a purificação dos pecados, e, coincidentemente, também aconteciam várias epidemias em Roma, com muitas “febres” na população. Daí a ligação entre o nome do Deus, do mês, do evento e da doença.


-- Thiago Amorim

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O grande labirinto

Hoje vou indicar um livro maravilhoso, desses que a gente quer "Ler e reler". "O grande labirinto" de Fernando Savater me surpreendeu do começo ao fim. Trata-se de literatura infanto-juvenil, com uma boa dose de filosofia e aventura. Apesar disso é leitura imprescindível para qualquer pessoa, em qualquer idade.


Acompanhamos durante a narrativa quatro crianças que buscam seus pais e tios. Há também uma livraria com um senhor muito simpático que adora os meninos. 

As aventuras começam no estádio da cidade onde diversas pessoas foram ver um tal "jogo do século" e nunca mais voltaram para casa. Elas davam notícia por um tempo, contando as maravilhas do tal jogo, mas depois desapareciam.

As crianças perdem seus parentes lá e resolvem entrar no ambiente para descobrir o que acontece. A partir daí viajam por um labirinto de livros, histórias e contos de fadas fantásticos, além é claro do encontro com os temidos psicófagos! Cada capítulo tem uma lição de vida para ser aprendida, que está nas entrelinhas, enfim é uma obra magnífica.

Ler esse livro me lembrou de uma discussão que tive com a Andréa outro dia. Falávamos sobre a questão do gosto pela leitura (ou pela falta dele) entre o povo do nosso país. Eu dizia ser questão cultural e ela completava dizendo que também era por falta de acesso e incentivo.
Depois de encontrar a obra de Savater numa escola pública, vi que ela tinha razão. As pessoas às vezes até procuram ler, mas não encontram o que ou onde, e quando finalmente conseguem achar algo, são impedidas por alguma "força superior". Parece que tudo conspira contra os livros.

No meu caso, só tive acesso a obra porque era amigo de uma professora. As demais, que inclusive fazem parte de uma coleção fantástica enviada pelo Governo para as escolas, ficaram lá, trancados na biblioteca.

Espero que em breve professores e diretores se conscientizem da importância de abrir as bibliotecas para seus alunos. Pior que ver os livros destruídos por excesso de uso, é vê-los mofados por falta.

Conhecimento nas prateleiras é conhecimento perdido...

Abraço para todos!!

-- Thiago Amorim

P.s. É fácil encontrar o livro. Várias bibliotecas de escolas municipais e estaduais receberam a coleção da qual ele faz parte recentemente.