Um diretor com talento incrível, mas incompreendido pela indústria do cinema; uma atriz com excesso de “estrelismo”; um cientista da computação louco e à beira da morte. Três histórias que se fundem em apenas uma. Essa é a jogada inicial do filme “Simone”, uma obra prima do cinema (pelo menos sob meu ponto de vista).
Quando a atriz principal do seu filme desiste das gravações, Viktor Taransky (Al Pacino) perde a credibilidade, o financiamento e o emprego. Desesperado e sem saber o que fazer, imagina estar arruinado, até que um desconhecido admirador do seu trabalho aparece com uma solução inusitada: a possibilidade de criar uma Diva totalmente computadorizada com o que há de melhor na indústria do cinema.
O resultado é um sucesso estrondoso, mas também uma série de confusões. Simone se torna um ícone, com milhões de fãs em todo o mundo, e uma espécie de personalidade dentro do “Eu Taransky”. Para provar a existência da diva virtual, o diretor cria loucas situações de forma a satisfazer as cada vez maiores exigências do público.
A mentira ajuda Taransky e ele recupera a dignidade. Aos poucos, contudo, é esquecido pelo público e até por si mesmo. O choque de interesses, e o cada vez maior conflito interior fazem com que Viktor tome medidas extremas para solucionar o enorme problema que criou. Não imaginava ele que Simone tornara-se tão real que para o público, e até para si mesmo, ele quem passara a ser inexistente.
O filme peca em apenas um ponto. O de ser tão curto! Com uma história tão legal, Simone poderia avançar e ousar mais, talvez aprofundando o conflito interior de Taransky.
Assim encerro mais uma dica de filme, daqueles para ver e rever.
Grande abraço!
-- Thiago Amorim