quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Dezembro

Chegamos finalmente a Dezembro! Essa será a última postagem sobre a origem do nome dos meses do ano, completando o ciclo que se iniciou em Janeiro de 2010.

A origem do nome dezembro vem do latim decem, que significa dez. Assim como os três meses anteriores a ele, a colocação dentro do antigo calendário romano é que deu origem ao seu nome.

Mês do solstício de inverno no Hemisfério Norte, originou diversas festas pagãs em todo o mundo, que mais tarde seriam aproveitadas pela Igreja Católica para criação dos seus próprios eventos. O Natal, por exemplo, deriva das festividades romanas de Saturnália e do Deus Mitra, ambas ocorridas no mesmo mês e substituídas pela festa de nascimento de Jesus Cristo.

Para a sociedade moderna é o mês das compras, das festividades e de preparação para o novo ano. Segundo a confusão feita em cima do calendário maia, será o mês do fim do mundo em 2012.

Então fazendo uma retrospectiva: O calendário que usamos hoje é o Gregoriano, uma adaptação do calendário Juliano romano, de forma a consertá-lo. Diversos países demoraram a adotar este novo calendário instituído pelo Papa Gregório XIII no século XVI, de forma que muitas datas não coincidiram em alguns lugares do mundo durante a história.
É importante ressaltar também que esse é o calendário Ocidental, por isso diferente dos calendários muçulmano, judaico, chinês, entre outros.

Grande abraço!

-- Thiago Amorim

domingo, 7 de novembro de 2010

Novembro



Dando continuidade a série de textos sobre o significado dos meses do ano, chegamos ao penúltimo post. Esse mês, assim como o anterior, tem seu nome derivado da posição dentro do antigo calendário romano: nono mês do ano recebeu o nome de novembro, e assim permaneceu mesmo após a adição de mais dois meses no calendário.

É o mês do dia de finados e do dia de Todos os Santos para a Igreja Católica (se você fez dívidas para pagar no dia de São Nunca, chegou a hora!); do gigantesco terremoto que destruiu Lisboa em 1755; do golpe de estado no dia 15, que ficou conhecido como Proclamação da República no Brasil; do fim da Primeira Guerra mundial em 1918, e das reviravoltas na Segunda Guerra Mundial, quando a Alemanha perdeu fôlego nas suas campanhas contra a Rússia em 1942.

-- Thiago Amorim

Para saber mais:

A origem de datas e festas – Marcelo Duarte
As cem maiores catástrofes da história – Stephen J. Spignesi

Imagem: Proclamação da República - Obra de Benedito Calixto

sábado, 30 de outubro de 2010

A ilha

A ilha é um filme que nos faz pensar sobre como vivemos e a sociedade que estamos construindo. Contando com toda a “pirotecnia hollywoodiana”, com cenas de ação de tirar o fôlego, não perde seus méritos e é de fato uma obra prima da sétima arte. Como nunca mais escrevi alguma dica de filme, resolvi expor sobre esse, que já estreou há alguns anos, mas é interessante e vale a pena ser visto. No pequeno relato abaixo há diversos spoilers* e muito da minha opinião pessoal. Espero que gostem!

Numa antiga base militar americana em meio ao deserto, um complexo futurista guarda um segredo que pode mudar para sempre as relações sociais do nosso planeta. Uma organização ligada ao governo americano diz oferecer a cura para morte através da clonagem. Entretanto, os clientes dessa organização, não sabem que seus clones (ou agnatos, como são chamados no filme) possuem vida social e tem sentimentos humanos.

Para que os clones permaneçam pacíficos e não desconfiem de nada do mundo lá fora, uma série de mentiras é criada, como uma contaminação global onde só eles escaparam, e a existência de uma ilha, na qual todos terão o direito de viver ao ganhar na loteria. Os segredos da organização correm perigo quando os clones começam a desconfiar que tudo o que se passa dentro do complexo é uma farsa. Alguns fogem e é iniciada uma caçada desesperada em busca dos foragidos. Por fim os clones conseguem salvar a todos e destruir a base secreta. A história se passa no ano de 2019.

O filme mostra o que as inovações tecnológicas e cientificas podem trazer de bom ou ruim para a nossa sociedade. Percebe-se no decorrer da história que a tecnologia facilita em vários pontos da nossa vida, como nos setores de transporte, informação, comunicação, segurança e saúde. Mas também revela os perigos de uma “liberação científica”.

A sociedade é enganada devido à maravilha que a ciência proporciona: A extinção da morte ou o prolongamento da vida para quem puder pagar. Os clones são vistos como produtos e tratados de igual forma, havendo de fato uma mercantilização da vida, mesmo quando os clientes não conheçam a verdade sobre o negócio. Dessa forma a empresa prestadora de serviços, ficou livre para atuar da maneira como desejasse sem precisar ser fiscalizada, infringindo diversas leis éticas. A tecnologia cegou o homem, e nesse sentido foi maléfica. Houve a criação de um segundo holocausto, que como o nazista, gerava lucros.

Também é explorado o sentido de alienação. Os clones ficam “cegos”, presos ao seu mundo devido ao grande grau de controle e manipulação que a tecnologia proporciona. Sem saber, os clones trabalhavam para o progresso da instituição e, consequentemente, para suas próprias mortes.

-- Thiago Amorim


*Spoilers são informações que revelam partes, ou o todo, do enredo de histórias e filmes.

domingo, 10 de outubro de 2010

Teodora e Justiniano

O Império Romano do Ocidente há meio século havia evaporado sob as invasões bárbaras. Em contrapartida, no leste, Bizâncio ainda mantinha-se forte e em breve experimentaria o esplendor em sua forma mais criativa e visível: a arquitetura. O responsável por esse avanço seria o grande Imperador Justiniano I. Seu governo traria prosperidade irrestrita para os Bizantinos, inclusive a recuperação da cidade de Roma e outras províncias perdidas.

Representação do Imperador Justiniano e sua Corte em um mosaico na Catedral de Ravena

O novo Imperador não vinha de família nobre, havia ascendido através do exército Romano e era muito popular entre as massas. Mas esse quadro não se repetia entre a nobreza. A inveja e a raiva por não estarem no poder faziam com que os nobres debochassem de Justiniano. Em breve, eles teriam muito mais poder de fogo, muito mais sobre o que falar. Isso aconteceu porque o Imperador caíra de amores por uma artista de circo, Teodora. Segundo as más línguas ela já havia sido até mesmo prostituta. Isso, é claro, não impediu Justiniano de amá-la e transformá-la em Imperatriz Consorte, dividindo o poder consigo. Era tamanho o poder de influência de Teodora, que Justiniano fazia tudo que ela lhe pedisse.

Representação de Teodora e sua Corte em um mosaico na Catedral de Ravena

Seguindo os conselhos da Imperatriz, ele ergueu magníficas obras públicas na capital do Império. Apesar da prosperidade que Bizâncio alcançou em seu governo, aparecia, cada vez com mais frequência, a insatisfação por causa dos pesados impostos e também pela inveja da Corte. Assim, deflagrou-se uma revolta que ameaçou o poder do casal imperial e abalou os alicerces de Bizâncio. Justiniano, assustado, decidiu fugir e tentou levar Teodora. A Imperatriz, firme como sempre, o obrigou a voltar até os locais da revolta e repelí-la. Justiniano assim o fez e venceu a batalha contra os revoltosos. Cerca de 30.000 pessoas morreram num único dia.

Basílica Hagia Sophia - hoje um museu em Istambul, na Turquia
Os minaretes (as 4 torres da basílica) não existiam até a conquista turca no século XV

A seguir, coube a ele a tarefa de reconstruir a capital. Diversas igrejas foram destruídas, incluindo a Basílica Imperial e a Igreja dos Santos Apóstolos. Justiniano não só mandou as reerguer, como as transformou nas maiores jóias da arquitetura bizantina. A Basílica de Santa Sofia foi tão bem projetada e construída que ainda hoje permanece de pé em Istambul (a cúpula desabou e precisou ser refeita algumas vezes por causa de terremotos, mas o corpo da igreja continua lá). A Igreja dos Santos Apóstolos, contudo, não teve a mesma sorte. Após a queda de Bizâncio, foi completamente destruída e se ergueu sobre ela uma mesquita em homenagem ao conquistador da cidade de Constantinopla.

Representação de como seria a Igreja dos Santos Apóstolos

Após duas décadas de união, Teodora faleceu e deixou Justiniano sozinho no poder. O Imperador nunca mais se mostrou feliz. Na ocasião da própria morte teve seu corpo enterrado ao lado da amada, onde permaneceram juntos por mil anos, até que seus túmulos reais fossem revirados pelos cruzados e destruídos pelos turcos.

-- Thiago Amorim


Para saber mais:


Declínio e Queda do Império Romano - Edward Gibbon


Bizâncio: A ponte da Antiguidade para a Idade Média - Michael Angold

sábado, 9 de outubro de 2010

Outubro



Oitavo mês do calendário romano, outubro tem seu nome derivado justamente disso. Na verdade, os meses subseqüentes a agosto preservaram seu nome de acordo com a colocação no esquema de formação do ano; não foram utilizados como homenagem a nenhum Imperador ou divindade romana.

Essa preservação foi seguida à risca, de forma que mesmo após o calendário ter passado a contar com doze meses, os nomes continuassem. Com a constituição do calendário Gregoriano (formado para consertar os erros em datas e eventos do anterior, o Juliano), os meses permaneceram com seus nomes inalterados.

Outubro tem datas importantes no Brasil. É o mês das eleições (que sempre são realizadas entre o primeiro e o último domingo do mês), das crianças, dos professores e da padroeira do Brasil. Seguindo o "the american way of life", o "halloween", data tipicamente americana, tem aparecido com frequência por aqui também. Em Santana temos tradicionalmente a festa de São Cristóvão, com carreata e cavalgada.

-- Thiago Amorim  

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Mulher de branco!

Adorei esse texto criado pelo meu grande amigo José Marques.
Traz um trecho bem legal da nossa infância, lá no colégio Sagrada Família. 
Resolvi expô-lo aqui na íntegra. 
Vale a pena conferir!!!



Era uma terça-feira do mês de maio, quando acordei suado e ofegante, olhei para o relógio que estava pendurado na parede do meu quarto e vi que eram 07h16min, faltavam apenas 14 minutos para começar a aula e eu ainda estava deitado com a cara toda inchada e morrendo de sono. Levantei-me correndo, tomei meu banho, vesti minha farda branca com shorts azuis, calcei meu tênis e sem tomar o café da manhã preparado com tanto amor por Dona Maria, minha avó, corri para escola como quem foge da polícia.
Quando cheguei, a porta já estava fechada...
O Instituto Sagrada Família era conhecido por ser muito rigoroso com seus alunos e a disciplina. Todos os dias a porta do Instituto fechava às 07:30h e ai de quem chegasse atrasado; não entrava. Era no ano de 1994, o Sagrada não estava mais sob a direção das freiras alemãs, estava agora sob o julgo do famoso e temido, por grande parte dos alunos, padre Delorizano. O padre dirigia a escola com mãos de ferro, todos nós tínhamos medo de levar um “gato” dele.
Chamei alto por quem estava na secretaria nesse dia, até que eu não estava muito atrasado. Depois de alguns gritos desesperadores lá vinha Tia Madalena com as chaves na mão.
- Isso são horas? Perguntou ela abrindo a porta.
- Dormi demais hoje, tia.
- Pois então corra que já começou a aula.
- Obrigado.
Mulher alta e de cabelos pretos, Tia Madalena era um amor de pessoa e todos gostavam dela.
Chegando na sala vi que Tia Enilva já estava escrevendo no quadro negro as lições de matemáticas que tanto temia, aquele giz descendo, subindo e circulando dando forma aos números soava como tortura e noites de aperreio para aprender a tabuada.
- Licença Tia Enilva.
- Entre Marques. Disse a Tia. – Isso são horas de chegar? Sente logo e copie o que está no quadro.
Entrei na sala e fui logo sentando na minha banca com meu colega Thiago. Naquele tempo as bancas ainda eram duplas e todos tinham seus pares na sala. Thiago era uma criança magra e muito branca, parecia que não via o sol desde o seu nascimento, tinha uma inteligência que fazia inveja até pros mais adiantados da escola e adorava fazer desenhos de prédios e palácios nos seus cadernos e no quadro negro.
O que eu mais gostava na escola era a hora do recreio! Não tinha hora melhor. Quando tocava a campainha, o pátio vazio e calmo se transformava num mar turbulento e revolto cheio de meninos e meninas, que riam, corriam, caiam, pulavam, chorava, subiam em árvores ou simplesmente sentavam nos banquinhos e comiam suas merendas.
Nós, da segunda série, gostávamos de brincar de várias coisas, não existia brincadeira pré-definida. Nós inventávamos na hora, tinha do tradicional pega-pega e esconde-esconde ou fascinante “tubarão” e “homem pega mulé e mulé pega os homens”, eu claro, gostava mais desta, rezava pra que a minha paquera viesse correndo me pegar. Ganhar um aperto no braço ou abraço forçado da paquera não tinha preço nenhum no mundo que pagasse.
Mas aquela terça-feira era especial, tinha algo a mais que iria nos assombrar pelo resto de nossas infâncias, ou até quando durasse a nossa imaginação fértil e inocente. Existia uma lenda no Sagrada, uma lenda que passou de geração a geração, uma lenda que depois de velho e entendido de mundo viria a saber que ela era internacional e não exclusividade nossa. Era a lenda Mulher de Branco.
A Mulher de Branco povoava o banheiro feminino e todos tinham medo dessa bendita alma penada. Sempre ouvíamos histórias dos alunos mais velhos que contavam que lá no banheiro existia um espírito de uma menina que tinha estudado no Instituto há muito tempo e que tinha morrido naquele banheiro, desde então não parava de assombrar a todos que entrassem lá.
Meninos e meninas, todos fitavam atentos a porta do banheiro feminino, olhávamos bem, todos agrupados, como num grande abraço coletivo, íamos nos aproximando cada vez mais perto do banheiro, os passos eram contados e medidos simetricamente, quanto mais nos aproximávamos mais temerosos ficávamos, mais unhas sumiam, mais apertos nos braços ganhávamos e quando chegávamos bem na porta... Alguém do grupo gritava com muita força e todos corriam como se algo do “além-vida” tivesse aparecido e dado um grande susto. Ninguém ficava perto, uns corriam para o pátio, outros atordoados, coitados, corriam em direção nenhuma e ficavam rodando sem rumo e sem destino.
Era uma verdadeira aventura, a adrenalina estava a mil, o coração parecia que iria saltar fora, quando saíamos de perto do banheiro nos encontrávamos no pátio e todos estavam com ar de cansado e ofegantes, o medo estava presente na gente, mas o que predominava eram as risadas soluçadas e as caras de satisfação e divertimento de crianças inocentes e ingênuas que faziam daquela lenda um motivo para brincar.
JOSÉ MARQUES DE VASCONCELOS FILHO
MACEIÓ, 06 DE SETEMBRO DE 2010

P.s. Obrigado Marques.
Saudades desses tempos...
-- Thiago Amorim

Dan Brown

Ele veio sorrateiro, e em alguns anos tornou-se um fenômeno mundial de vendas. Através de suas obras, centenas de outras foram criadas. De quem se trata? Dan Brown, um dos autores de maior sucesso na atualidade. Sua carreira decolou após o estrondoso sucesso do livro “O Código da Vinci” e então todo mundo se interessou por seus escritos. Para quem não sabe, a história desse livro se passa depois dos acontecimentos no Vaticano, no livro “Anjos e Demônios” (que sem dúvida é o melhor de todos).

Há quem o ame e quem o odeie (eu obviamente faço parte do primeiro grupo), por isso resolvi elencar três motivos básicos de por que ler Dan Brown. Eis a lista:

1 - Ler não é apenas estudar, também é divertir-se, e Dan Brown diverte como ninguém mais;

2 - Se você gosta de cinema e tem problema com livros, saiba que ler é muito melhor. Para encorajá-lo a iniciar a leitura, nas obras de Dan Brown estão presentes todos os elementos do cinema (Dan Brown praticamente escreve roteiros para filmes nas suas histórias);

3 - Mistério, suspense, informação? Os livros de Dan Brown deixam você louco, do início ao fim, além de te levar por um passeio ao redor do mundo e da história;

Aconselho que inicie a leitura das suas obras pelo primeiro livro em que aparece o personagem Robert Langdon e, depois de ter lido toda a série, pegue os outros romances. Abaixo, uma breve história de cada um deles:

Anjos e demônios - Antiga sociedade secreta ressurge com o objetivo de destruir a Igreja Católica, criando uma verdadeira guerra entre ciência e religião;

O código da Vinci - Curador do Louvre é assassinado e traz, através do próprio corpo, uma mensagem sobre um código nas obras de Da Vinci, que esconde um grande segredo da vida de Jesus Cristo;

O símbolo perdido - Sociedades secretas e assassinatos, combinação perfeita com Robert Langdon e uma história de suspense do começo ao fim;

Ponto de Impacto - O que aconteceria se descobrissem vida alienígena no planeta? E o que isso teria a ver com a sucessão presidencial americana? Uma história fantástica, com reviravoltas surpreendentes;

Fortaleza digital - Privacidade e segurança existem? Não se um computador da NSA recebeu um vírus poderoso e através disso, informações sigilosas do governo e de milhões de pessoas no planeta estão disponíveis na internet.


Para mim, Dan Brown está entre os melhores escritores de ficção-científica, romance e suspense, na atualidade. Vale a pena conferir!

Grande abraço!

-- Thiago Amorim

Entrevista com Dan Brown pela BBC:

domingo, 5 de setembro de 2010

Setembro

Setembro, do latim september, tem sua história relacionada com as de janeiro e fevereiro.  Antes da criação desses, ele correspondia ao sétimo mês, já que o calendário  romano era composto por apenas dez meses. Com a inclusão de Janeiro e Fevereiro, passou para o nono lugar, mas manteve seu nome.


Em Setembro dá-se o início do outono no Hemisfério Norte e da primavera no Hemisfério Sul. É um mês de grandes acontecimentos em todo o mundo: A independência do Brasil em 1822; a assinatura da rendição japonesa na Segunda Guerra Mundial; a morte de Salvador Allende e a ascensão de Pinochet ao poder do Chile em 1973; os atentados terroristas em Nova York em 2001; entre outras.

Eu poderia elencar “zilhões” de datas e acontecimentos, mas ficaria muito chato. Então o post se encerra aqui...

Grande abraço!

-- Thiago Amorim

Imagens: “Surrupiadas” do Google

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Uma breve história de Collor no poder (Por que não votar neLLe!)

Há cerca de 30 anos uma figura aparecia na política do estado de Alagoas. Era uma personagem impecável, bem vestida e perfumada, cujos traços polidos e organizados traziam promessas que visavam à modernização, o desenvolvimento e a projeção do nosso estado como potência além das fronteiras do país. Afinal, com as políticas implementadas por tal figura, maximizaríamos a nossa produção, reduziríamos custos e criaríamos empregos. O Estado de Alagoas iria, segundo ela, “bombar” (para usar o jargão popular).

Eis que a peça entrou no governo. Primeiro da capital do estado, onde frustrou a todos os funcionários do município. A seguir, venceu a eleição para Governador e jurou que seria o “caçador de marajás”, o homem que nos colocaria “nos trilhos”.

O tempo passou e a figurinha continuou sua ascensão. Em pouco tempo, iludiu todo o país e levou a presidência. Seu governo dessa vez não teria a “sorte” que teve em Alagoas e em pouco menos de dois anos foi à pique, deixando o Brasil numa quebradeira que só seria superada, em partes, dez anos depois.

Pois bem, analisemos os governos della (a personagem), delle (o homem), do monstro (muita gente o chama assim), sob a perspectiva de retrocesso (já que isso também é adjetivo para elle, afinal).

Como presidente, Collor prometeu solucionar o gigante e terrível problema da inflação, que naquela época assolava o país. Sua primeira medida foi a de roubar, isso mesmo, roubar todo o país. Confiscou a poupança, a maior fonte de investimento do povo brasileiro, e deixou milhares de pessoas morrerem de fome. Mas não foi só isso. Elle adotou o liberalismo (marca forte em todos os seus mandatos), abriu os portos, derrubou as tarifas alfandegárias. Resultado: As empresas brasileiras entraram em choque com o mercado externo e faliram, uma após a outra, num efeito dominó. O desemprego foi às alturas. A miséria ao extremo! A inflação? Voltou com “super força”, aumentando ainda mais o abismo em que o país havia caído. O resto da história todo mundo conhece: impeachment...

Então vamos agora fazer um “flashback” e analisar Collor como governador de Alagoas e prefeito de Maceió.

Quando ascendeu ao poder no nosso estado, resolveu enxugar a máquina pública. Acabou com secretarias, extinguiu órgãos governamentais e adotou a política do Estado Mínimo. Nos seus slogans para a presidência dizia ser o “caçador de marajás”, mas foi apenas o “caçador de professores”. Elle talvez tenha sido o pior governador que Alagoas já teve, pois simplesmente esqueceu a importância da educação para o desenvolvimento do estado. A classe docente foi dizimada por elle.

O pessoal do setor bancário do estado (que nunca recebeu seus direitos trabalhistas desde que o banco fechou) foi praticamente exterminado, abandonado à própria sorte em meio a um mar de dívidas e fome. Perdemos o Produban, o banco do estado de alagoas, mesmo com a promessa que Vossa Excelência, Collor, havia feito, de cobrar a dívida do setor açucareiro para com o banco. É claro que tudo não passou de falácia.

A criatura nasceu no Rio de Janeiro (apesar de ser associado a nós por todo o país), foi educada por lá e em Brasília, portanto pouco tem a ver com o estado pobre do nordeste que elle ajudou a atrasar ainda mais. Se Collor teve a proeza de atrasar o país em 10 anos, elle também teve a capacidade de atrasar Alagoas em 100 anos, pelo menos.

Chego aqui ao final do breve histórico da figura. O texto acima elenca algumas das barbaridades cometidas pelo famoso Collor... Um discurso breve, que traz apenas um pouco do que ele fez contra nós.  
Quando for votar, pense bem sobre o que quer para nosso estado. Não merecemos naufragar novamente com elle...

-- Thiago Amorim

Para saber mais:

sábado, 7 de agosto de 2010

Hiroshima e Nagasaki: o holocausto nuclear!

Nos dias 06 e 09 de agosto de 1945 o mundo ficaria horrorizado. A Segunda Guerra Mundial  estava praticamente vencida pelos aliados, mas mesmo assim o apocalipse se afigurou diante de todos. Os EUA instalariam o horror nos japoneses com a destruição de duas cidades do seu arquipélago. As armas utilizadas seriam as bombas atômicas lançadas em Hiroshima e Nagasaki. 

Em questão de segundos, as duas cidades sumiriam completamente em nuvens de pó, fumaça e radioatividade, e entrariam para a história como as primeiras cidades (e únicas até hoje) atingidas por um artefato nuclear. Cerca de 300 mil pessoas morreriam nesses dois dias infames e milhares de outras em anos posteriores devido à exposição à radiação.

Para os "yankees" essa foi a única maneira de vencer a guerra de forma rápida e poupar a vida de até um milhão de norte-americanos com a invasão do Japão. Para o mundo, apenas a irresponsabilidade, a falta de humanidade e a demonstração de força de uma nação egocêntrica e paranóica, que buscava mostrar aos soviéticos quem davam as cartas no mundo.

Hiroshima antes e depois da explosão

Quem anda pelas ruas de Hiroshima, no Japão, hoje em dia, não encontra vestígio algum de que aquela cidade sumiu do mapa, literalmente, no passado. Ela é uma das mais importantes do arquipélago japonês e uma das mais famosas do mundo também. Os efeitos da bomba ali foram arrasadores, pois a cidade tinha um relevo plano, que facilitou a propagação da onda de calor e destruição. Muitos corpos jamais foram encontrados, apenas suas sombras nas calçadas. Cerca de 200 mil pessoas morreram na explosão.

Nagasaki, um pouco menor, é muitas vezes “deixada de lado” nos relatos da destruição causada pelas bombas. Os efeitos da destruição nela foram menos impactantes por ter sido construída numa região com serras e montanhas e também por parte de sua população ter sido evacuada dias antes, devido a ataques convencionais americanos. Ainda assim cerca de 80 mil pessoas pereceram com a explosão nuclear.

Nagasaki antes e depois da bomba

Os EUA, na tentativa de apagar o mal que fizeram e buscando um ponto de apoio capitalista na Ásia, lançaram uma série de programas de investimentos públicos e privados para a reconstrução do Japão e das cidades destruídas pelas bombas. Hoje, o único vestígio do que aconteceu em Hiroshima, é a preservação de um prédio conhecido como a "cúpula da bomba atômica" e um museu em homenagem aos mortos e desaparecidos na tragédia.

-- Thiago Amorim

Para saber mais:

História das guerras - Demétrio Magnoli;
Era dos extremos - Hobsbawm;
Uma breve história do século XX - Geoffrey Blainey.