segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Mulher de branco!

Adorei esse texto criado pelo meu grande amigo José Marques.
Traz um trecho bem legal da nossa infância, lá no colégio Sagrada Família. 
Resolvi expô-lo aqui na íntegra. 
Vale a pena conferir!!!



Era uma terça-feira do mês de maio, quando acordei suado e ofegante, olhei para o relógio que estava pendurado na parede do meu quarto e vi que eram 07h16min, faltavam apenas 14 minutos para começar a aula e eu ainda estava deitado com a cara toda inchada e morrendo de sono. Levantei-me correndo, tomei meu banho, vesti minha farda branca com shorts azuis, calcei meu tênis e sem tomar o café da manhã preparado com tanto amor por Dona Maria, minha avó, corri para escola como quem foge da polícia.
Quando cheguei, a porta já estava fechada...
O Instituto Sagrada Família era conhecido por ser muito rigoroso com seus alunos e a disciplina. Todos os dias a porta do Instituto fechava às 07:30h e ai de quem chegasse atrasado; não entrava. Era no ano de 1994, o Sagrada não estava mais sob a direção das freiras alemãs, estava agora sob o julgo do famoso e temido, por grande parte dos alunos, padre Delorizano. O padre dirigia a escola com mãos de ferro, todos nós tínhamos medo de levar um “gato” dele.
Chamei alto por quem estava na secretaria nesse dia, até que eu não estava muito atrasado. Depois de alguns gritos desesperadores lá vinha Tia Madalena com as chaves na mão.
- Isso são horas? Perguntou ela abrindo a porta.
- Dormi demais hoje, tia.
- Pois então corra que já começou a aula.
- Obrigado.
Mulher alta e de cabelos pretos, Tia Madalena era um amor de pessoa e todos gostavam dela.
Chegando na sala vi que Tia Enilva já estava escrevendo no quadro negro as lições de matemáticas que tanto temia, aquele giz descendo, subindo e circulando dando forma aos números soava como tortura e noites de aperreio para aprender a tabuada.
- Licença Tia Enilva.
- Entre Marques. Disse a Tia. – Isso são horas de chegar? Sente logo e copie o que está no quadro.
Entrei na sala e fui logo sentando na minha banca com meu colega Thiago. Naquele tempo as bancas ainda eram duplas e todos tinham seus pares na sala. Thiago era uma criança magra e muito branca, parecia que não via o sol desde o seu nascimento, tinha uma inteligência que fazia inveja até pros mais adiantados da escola e adorava fazer desenhos de prédios e palácios nos seus cadernos e no quadro negro.
O que eu mais gostava na escola era a hora do recreio! Não tinha hora melhor. Quando tocava a campainha, o pátio vazio e calmo se transformava num mar turbulento e revolto cheio de meninos e meninas, que riam, corriam, caiam, pulavam, chorava, subiam em árvores ou simplesmente sentavam nos banquinhos e comiam suas merendas.
Nós, da segunda série, gostávamos de brincar de várias coisas, não existia brincadeira pré-definida. Nós inventávamos na hora, tinha do tradicional pega-pega e esconde-esconde ou fascinante “tubarão” e “homem pega mulé e mulé pega os homens”, eu claro, gostava mais desta, rezava pra que a minha paquera viesse correndo me pegar. Ganhar um aperto no braço ou abraço forçado da paquera não tinha preço nenhum no mundo que pagasse.
Mas aquela terça-feira era especial, tinha algo a mais que iria nos assombrar pelo resto de nossas infâncias, ou até quando durasse a nossa imaginação fértil e inocente. Existia uma lenda no Sagrada, uma lenda que passou de geração a geração, uma lenda que depois de velho e entendido de mundo viria a saber que ela era internacional e não exclusividade nossa. Era a lenda Mulher de Branco.
A Mulher de Branco povoava o banheiro feminino e todos tinham medo dessa bendita alma penada. Sempre ouvíamos histórias dos alunos mais velhos que contavam que lá no banheiro existia um espírito de uma menina que tinha estudado no Instituto há muito tempo e que tinha morrido naquele banheiro, desde então não parava de assombrar a todos que entrassem lá.
Meninos e meninas, todos fitavam atentos a porta do banheiro feminino, olhávamos bem, todos agrupados, como num grande abraço coletivo, íamos nos aproximando cada vez mais perto do banheiro, os passos eram contados e medidos simetricamente, quanto mais nos aproximávamos mais temerosos ficávamos, mais unhas sumiam, mais apertos nos braços ganhávamos e quando chegávamos bem na porta... Alguém do grupo gritava com muita força e todos corriam como se algo do “além-vida” tivesse aparecido e dado um grande susto. Ninguém ficava perto, uns corriam para o pátio, outros atordoados, coitados, corriam em direção nenhuma e ficavam rodando sem rumo e sem destino.
Era uma verdadeira aventura, a adrenalina estava a mil, o coração parecia que iria saltar fora, quando saíamos de perto do banheiro nos encontrávamos no pátio e todos estavam com ar de cansado e ofegantes, o medo estava presente na gente, mas o que predominava eram as risadas soluçadas e as caras de satisfação e divertimento de crianças inocentes e ingênuas que faziam daquela lenda um motivo para brincar.
JOSÉ MARQUES DE VASCONCELOS FILHO
MACEIÓ, 06 DE SETEMBRO DE 2010

P.s. Obrigado Marques.
Saudades desses tempos...
-- Thiago Amorim

Dan Brown

Ele veio sorrateiro, e em alguns anos tornou-se um fenômeno mundial de vendas. Através de suas obras, centenas de outras foram criadas. De quem se trata? Dan Brown, um dos autores de maior sucesso na atualidade. Sua carreira decolou após o estrondoso sucesso do livro “O Código da Vinci” e então todo mundo se interessou por seus escritos. Para quem não sabe, a história desse livro se passa depois dos acontecimentos no Vaticano, no livro “Anjos e Demônios” (que sem dúvida é o melhor de todos).

Há quem o ame e quem o odeie (eu obviamente faço parte do primeiro grupo), por isso resolvi elencar três motivos básicos de por que ler Dan Brown. Eis a lista:

1 - Ler não é apenas estudar, também é divertir-se, e Dan Brown diverte como ninguém mais;

2 - Se você gosta de cinema e tem problema com livros, saiba que ler é muito melhor. Para encorajá-lo a iniciar a leitura, nas obras de Dan Brown estão presentes todos os elementos do cinema (Dan Brown praticamente escreve roteiros para filmes nas suas histórias);

3 - Mistério, suspense, informação? Os livros de Dan Brown deixam você louco, do início ao fim, além de te levar por um passeio ao redor do mundo e da história;

Aconselho que inicie a leitura das suas obras pelo primeiro livro em que aparece o personagem Robert Langdon e, depois de ter lido toda a série, pegue os outros romances. Abaixo, uma breve história de cada um deles:

Anjos e demônios - Antiga sociedade secreta ressurge com o objetivo de destruir a Igreja Católica, criando uma verdadeira guerra entre ciência e religião;

O código da Vinci - Curador do Louvre é assassinado e traz, através do próprio corpo, uma mensagem sobre um código nas obras de Da Vinci, que esconde um grande segredo da vida de Jesus Cristo;

O símbolo perdido - Sociedades secretas e assassinatos, combinação perfeita com Robert Langdon e uma história de suspense do começo ao fim;

Ponto de Impacto - O que aconteceria se descobrissem vida alienígena no planeta? E o que isso teria a ver com a sucessão presidencial americana? Uma história fantástica, com reviravoltas surpreendentes;

Fortaleza digital - Privacidade e segurança existem? Não se um computador da NSA recebeu um vírus poderoso e através disso, informações sigilosas do governo e de milhões de pessoas no planeta estão disponíveis na internet.


Para mim, Dan Brown está entre os melhores escritores de ficção-científica, romance e suspense, na atualidade. Vale a pena conferir!

Grande abraço!

-- Thiago Amorim

Entrevista com Dan Brown pela BBC:

domingo, 5 de setembro de 2010

Setembro

Setembro, do latim september, tem sua história relacionada com as de janeiro e fevereiro.  Antes da criação desses, ele correspondia ao sétimo mês, já que o calendário  romano era composto por apenas dez meses. Com a inclusão de Janeiro e Fevereiro, passou para o nono lugar, mas manteve seu nome.


Em Setembro dá-se o início do outono no Hemisfério Norte e da primavera no Hemisfério Sul. É um mês de grandes acontecimentos em todo o mundo: A independência do Brasil em 1822; a assinatura da rendição japonesa na Segunda Guerra Mundial; a morte de Salvador Allende e a ascensão de Pinochet ao poder do Chile em 1973; os atentados terroristas em Nova York em 2001; entre outras.

Eu poderia elencar “zilhões” de datas e acontecimentos, mas ficaria muito chato. Então o post se encerra aqui...

Grande abraço!

-- Thiago Amorim

Imagens: “Surrupiadas” do Google

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Uma breve história de Collor no poder (Por que não votar neLLe!)

Há cerca de 30 anos uma figura aparecia na política do estado de Alagoas. Era uma personagem impecável, bem vestida e perfumada, cujos traços polidos e organizados traziam promessas que visavam à modernização, o desenvolvimento e a projeção do nosso estado como potência além das fronteiras do país. Afinal, com as políticas implementadas por tal figura, maximizaríamos a nossa produção, reduziríamos custos e criaríamos empregos. O Estado de Alagoas iria, segundo ela, “bombar” (para usar o jargão popular).

Eis que a peça entrou no governo. Primeiro da capital do estado, onde frustrou a todos os funcionários do município. A seguir, venceu a eleição para Governador e jurou que seria o “caçador de marajás”, o homem que nos colocaria “nos trilhos”.

O tempo passou e a figurinha continuou sua ascensão. Em pouco tempo, iludiu todo o país e levou a presidência. Seu governo dessa vez não teria a “sorte” que teve em Alagoas e em pouco menos de dois anos foi à pique, deixando o Brasil numa quebradeira que só seria superada, em partes, dez anos depois.

Pois bem, analisemos os governos della (a personagem), delle (o homem), do monstro (muita gente o chama assim), sob a perspectiva de retrocesso (já que isso também é adjetivo para elle, afinal).

Como presidente, Collor prometeu solucionar o gigante e terrível problema da inflação, que naquela época assolava o país. Sua primeira medida foi a de roubar, isso mesmo, roubar todo o país. Confiscou a poupança, a maior fonte de investimento do povo brasileiro, e deixou milhares de pessoas morrerem de fome. Mas não foi só isso. Elle adotou o liberalismo (marca forte em todos os seus mandatos), abriu os portos, derrubou as tarifas alfandegárias. Resultado: As empresas brasileiras entraram em choque com o mercado externo e faliram, uma após a outra, num efeito dominó. O desemprego foi às alturas. A miséria ao extremo! A inflação? Voltou com “super força”, aumentando ainda mais o abismo em que o país havia caído. O resto da história todo mundo conhece: impeachment...

Então vamos agora fazer um “flashback” e analisar Collor como governador de Alagoas e prefeito de Maceió.

Quando ascendeu ao poder no nosso estado, resolveu enxugar a máquina pública. Acabou com secretarias, extinguiu órgãos governamentais e adotou a política do Estado Mínimo. Nos seus slogans para a presidência dizia ser o “caçador de marajás”, mas foi apenas o “caçador de professores”. Elle talvez tenha sido o pior governador que Alagoas já teve, pois simplesmente esqueceu a importância da educação para o desenvolvimento do estado. A classe docente foi dizimada por elle.

O pessoal do setor bancário do estado (que nunca recebeu seus direitos trabalhistas desde que o banco fechou) foi praticamente exterminado, abandonado à própria sorte em meio a um mar de dívidas e fome. Perdemos o Produban, o banco do estado de alagoas, mesmo com a promessa que Vossa Excelência, Collor, havia feito, de cobrar a dívida do setor açucareiro para com o banco. É claro que tudo não passou de falácia.

A criatura nasceu no Rio de Janeiro (apesar de ser associado a nós por todo o país), foi educada por lá e em Brasília, portanto pouco tem a ver com o estado pobre do nordeste que elle ajudou a atrasar ainda mais. Se Collor teve a proeza de atrasar o país em 10 anos, elle também teve a capacidade de atrasar Alagoas em 100 anos, pelo menos.

Chego aqui ao final do breve histórico da figura. O texto acima elenca algumas das barbaridades cometidas pelo famoso Collor... Um discurso breve, que traz apenas um pouco do que ele fez contra nós.  
Quando for votar, pense bem sobre o que quer para nosso estado. Não merecemos naufragar novamente com elle...

-- Thiago Amorim

Para saber mais:

sábado, 7 de agosto de 2010

Hiroshima e Nagasaki: o holocausto nuclear!

Nos dias 06 e 09 de agosto de 1945 o mundo ficaria horrorizado. A Segunda Guerra Mundial  estava praticamente vencida pelos aliados, mas mesmo assim o apocalipse se afigurou diante de todos. Os EUA instalariam o horror nos japoneses com a destruição de duas cidades do seu arquipélago. As armas utilizadas seriam as bombas atômicas lançadas em Hiroshima e Nagasaki. 

Em questão de segundos, as duas cidades sumiriam completamente em nuvens de pó, fumaça e radioatividade, e entrariam para a história como as primeiras cidades (e únicas até hoje) atingidas por um artefato nuclear. Cerca de 300 mil pessoas morreriam nesses dois dias infames e milhares de outras em anos posteriores devido à exposição à radiação.

Para os "yankees" essa foi a única maneira de vencer a guerra de forma rápida e poupar a vida de até um milhão de norte-americanos com a invasão do Japão. Para o mundo, apenas a irresponsabilidade, a falta de humanidade e a demonstração de força de uma nação egocêntrica e paranóica, que buscava mostrar aos soviéticos quem davam as cartas no mundo.

Hiroshima antes e depois da explosão

Quem anda pelas ruas de Hiroshima, no Japão, hoje em dia, não encontra vestígio algum de que aquela cidade sumiu do mapa, literalmente, no passado. Ela é uma das mais importantes do arquipélago japonês e uma das mais famosas do mundo também. Os efeitos da bomba ali foram arrasadores, pois a cidade tinha um relevo plano, que facilitou a propagação da onda de calor e destruição. Muitos corpos jamais foram encontrados, apenas suas sombras nas calçadas. Cerca de 200 mil pessoas morreram na explosão.

Nagasaki, um pouco menor, é muitas vezes “deixada de lado” nos relatos da destruição causada pelas bombas. Os efeitos da destruição nela foram menos impactantes por ter sido construída numa região com serras e montanhas e também por parte de sua população ter sido evacuada dias antes, devido a ataques convencionais americanos. Ainda assim cerca de 80 mil pessoas pereceram com a explosão nuclear.

Nagasaki antes e depois da bomba

Os EUA, na tentativa de apagar o mal que fizeram e buscando um ponto de apoio capitalista na Ásia, lançaram uma série de programas de investimentos públicos e privados para a reconstrução do Japão e das cidades destruídas pelas bombas. Hoje, o único vestígio do que aconteceu em Hiroshima, é a preservação de um prédio conhecido como a "cúpula da bomba atômica" e um museu em homenagem aos mortos e desaparecidos na tragédia.

-- Thiago Amorim

Para saber mais:

História das guerras - Demétrio Magnoli;
Era dos extremos - Hobsbawm;
Uma breve história do século XX - Geoffrey Blainey.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A Amazônia é nossa sim!

O Povo brasileiro tem que se cuidar. Os EUA querem roubar a Amazônia dos brasileiros de qualquer forma. Em Roraima, o nosso querido estado do Norte, há mais estrangeiros que brasileiros e em breve perderemos todo o território norte do país para os yankees. Afinal, sua base militar na Colômbia é o ponto de embarque para o ataque à nossa soberania. Até os índios de lá preferem os americanos e proíbem a passagem de brasileiros. Não podemos esquecer também, que nos EUA distribuem-se mapas nas escolas, onde a Amazônia não pertence ao Brasil.

Gente... É tudo bobagem!!!

Essa história surgiu há alguns anos em um e-mail enviado por um “Zé ninguém” e se espalhou de forma viral pela rede. Todo mundo o recebia e repassava, sem ao menos imaginar que aquilo era apenas falácia. Para complicar a situação uma pesquisadora da USP o repassou ingenuamente, e acabou sendo considerada co-autora do texto. Resultado: A polícia Federal a procurou para tirar satisfações.

A verdade é que, ao contrário do que diz o texto, há grande quantidade de brasileiros vivendo em Roraima sim: Cerca de 60% da população que vive lá nasceu no Brasil. Os índios citados pela mensagem bloqueiam as rodovias durante a noite para preservar a vida selvagem da floresta e garantir a caça para seu povo.

Para quem duvida que há brasileiros em grande número em Roraima, basta lembrar do recente caso da reserva indígena “Raposa Serra do Sol”, onde houve grande embate entre brasileiros e índios sobre quem poderia continuar na região, provando que os brasileiros estão lá e lutam por suas terras. Cerca de 46% do estado é reserva indígena, mas controlada pela FUNAI e não por estrangeiros.

A lenda urbana de que nos EUA distribuem-se mapas nas escolas onde o Brasil está sem a Amazônia, há muito já foi desacreditada. Portanto, a floresta é nossa sim! Caso alguém receba essa mensagem de e-mail, não a repasse, a exclua! É um bem que se faz a nós todos...

-- Thiago Amorim

Para saber mais:


domingo, 1 de agosto de 2010

Agosto

O mês de agosto deve seu nome ao primeiro Imperador, de fato, de Roma: Augusto. Sobrinho neto do grande Júlio César obteve o direito de tomar para si o mês de Sextilis adaptando-o para o seu nome e glória. 

Antes de ter sido alterado, o mês tinha apenas trinta dias, mas de forma a igualar-se ao seu antecessor, Augusto ordenou o acréscimo de um dia, dia este que seria retirado do mês de fevereiro que então passou a ter 28 dias. A solução foi boa, pois garantiu que o calendário não sofresse nenhuma alteração de ordem maior.

-- Thiago Amorim

domingo, 18 de julho de 2010

As mil e uma noites


Desde criança sempre ouvi falar sobre as histórias das mil e uma noites, mas nunca tive a oportunidade de ter acesso à obra em si. Há alguns anos, soube que haveria um relançamento em português, apresentado por Malba Tahan, e me interessei para comprar, mas como na época não tive a oportunidade de encontrá-la, fiquei apenas na vontade.

Eis que depois de uns cinco anos de espera, finalmente encontrei os dois volumes disponíveis e por um preço bem acessível. Desde então tenho me maravilhado com Sherazade, suas belas histórias, e o encanto do Sultão Shahriar pela bela e inteligente Sultana.

A história começa com a vida de dois irmãos Sultões, que após serem traídos por suas esposas resolvem fugir dos seus reinos. Ao ver que não apenas ambos sofrem por amor e traições dispõem-se a voltar aos seus países de origem e optam por um estilo de vida diferente. O mais rico dos dois, Shahriar, toma a decisão de casar todos os dias e matar a própria esposa na manhã seguinte.

Uma grande onda de terror impera então por todo o seu reino, e Sherazade, filha do Grão-Vizir da corte, apaixonada e comprometida a acabar com o sofrimento de pais, mães e filhos, pede permissão a seu pai para casar-se com o Sultão. Após muita relutância do pai, que temia sua morte certa, consegue por fim seu intento e constrói um elaborado plano com sua irmã Dinazade para conquistar seu amor e findar com o suplício do povo: Todas as noites, antes do raiar do dia, Dinazade deve pedir a sua irmã para contar-lhe uma história, que astutamente não terá fim desde que Shahriar aceite que Sherazade sobreviva até a próxima noite, permitindo que a Sultana sobreviva indefinidamente.

O Clássico da literatura árabe traz as histórias mundialmente famosas de “Ali Babá e os quarenta ladrões”, “Aladim”, “Simbá” entre outras ainda mais belas e surpreendentes.

O livro baseado na versão de Antoine Galland, amplamente traduzida em todo mundo, conquistou fama e simpatia do Ocidente por ter escolhido as melhores e mais belas lendas da infinitamente reproduzida obra “Mil noites e uma noite” original.

Dica de leitura para qualquer hora, em qualquer lugar...

-- Thiago Amorim

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Juazeiro e o Padre Cícero


Este ano estive em Juazeiro acompanhado de minha mãe, meu irmão mais velho, minha avó e o meu padrasto. Nunca pensei em ir até lá em toda a minha vida, mas como não faria nada no fim de semana e fui convidado por minha mãe a viajarmos juntos, resolvi ir também. A viagem foi divertida, mas só agora resolvi escrever sobre o lugar, o Padre Cícero e a economia da região...

Reza a lenda popular que há mais de um século aconteceu uma coisa surpreendente em uma pequena e esquecida vila do Ceará. O pároco do lugar, ao preparar a hóstia para a eucaristia e servi-la a uma freira, assustou-se quando de repente aconteceu um suposto milagre: a hóstia transformou-se em sangue.


Os presentes que testemunharam o acontecimento espalharam a notícia rapidamente e, de pessoa em pessoa, em breve a notícia chegara ao Bispo, que então, resolveu enviar uma comissão investigativa sobre o caso. Enquanto a tal comissão não chegava, o “milagre” foi presenciado por outras pessoas, trazendo cada vez mais poder e fama ao padre da região, o padre Cícero Romão Batista.

Dotado de grande inteligência e astúcia, Cícero conquistou um grande séquito de seguidores chamados romeiros, que a cada ano se destinavam a cidade de Juazeiro para prestar-lhe homenagem e pagar penitência. A chegada da comissão e a alegação de que seus milagres eram fraude, não foram suficientes para deter o movimento que veio a se tornar uma das mais famosas tradições nordestinas. De diversos lugares ainda hoje, milhares de pessoas, todos os anos se dirigem a Juazeiro com o objetivo de pagar promessas e visitar a terra do “santo padre”.


Em alguns anos, Juazeiro se tornaria cidade, tendo o padre como primeiro prefeito. Seu poder tornou-se tamanho que a política do estado passou a ser ditada por si. Mesmo com a tentativa do governo de derrubá-lo, o povo o defendeu e o salvou do exército. Por esse tempo, Cícero já não era mais padre (o Vaticano o havia expulsado da igreja), mas seus seguidores não o abandonaram. O padre morreu em 1934 aos 90 anos de idade.

Após sua morte, os romeiros não deixaram de visitar Juazeiro, que se tornou uma espécie de “Jerusalém” do sertão, “a terra prometida” dos pobres nordestinos. Em todos os lugares da cidade encontram-se pessoas vendendo estatuetas, chapéus, bolsas, e até mesmo água com o nome do padre. A economia inteira é regida por seu nome. Existem diversas igrejas e alguns museus sobre Cícero. O engraçado é que quando estive em um deles me senti em “Asa Branca”, a cidade fictícia da novela “Roque Santeiro”, com as beatas contando a história do santo e o povo abobalhado acreditando em tudo o que lhes diziam. Eu e meu irmão demos boas gargalhadas comentando esse fato.


O museu, apesar de pobre, contém as relíquias do “santo”: roupas, obras literárias (muitas delas em francês) e a mobília de sua casa.

Passamos dois dias em Juazeiro, tempo suficiente para minha mãe e minha avó pagarem suas promessas, e então voltamos a Santana. Assim acabou nossa viagem.


Quanto ao fim da história do padre, ele conseguiu boa parte de seus desejos. A cidade prosperou e graças ao seu nome se tornou famosa em todo o país. O simples e pobre rapaz do interior do Ceará conseguiu o prodígio apenas destinado aos grandes homens da história: Tornou-se imortal, será lembrado para sempre.

O outro desejo é um pouco mais complicado. Apesar de haver hoje um movimento para que a Igreja o reconheça como Santo é pouco provável que isso aconteça num futuro próximo...

-- Thiago Amorim

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Julho

O mês de julho recebeu seu nome em homenagem ao Imperador romano Júlio César (o título não é original, pois o primeiro imperador, de fato, foi Augusto, seu sobrinho neto). Para quem não se lembra das aulas de história, uma das medidas tomadas durante o seu governo foi reorganizar o calendário romano. O mês correspondente se chamava “quintilis”, quinto mês do antigo calendário, que tinha o início do ano em março.

É um mês muito importante para a sociedade ocidental, pois marca eventos importantíssimos para a sua história. Temos a revolução e independência dos EUA no dia 04 de julho 1776, e a Revolução Francesa no dia 14 de julho de 1889, marcado pela tomada da Bastilha em Paris. Os resultados dessas duas revoluções foram a completa reestruturação geopolítica mundial, a tomada do poder pela burguesia e a queda da aristocracia como classe dominante. No dia 20 de julho de 1969 o homem pisou pela primeira vez na superfície da lua.

A nível local é o mês da Festa da Juventude em Santana do Ipanema, uma das festas mais conhecidas do estado, e também da festa de Santa Ana.

-- Thiago Amorim

Para saber mais:

“A era das revoluções” – Hobsbawm;

“A origem de datas e festas” – Marcelo Duarte;