quarta-feira, 28 de março de 2012

A viagem à Lua!



Inspirado pelo filme “Hugo” do Scorsese, resolvi postar o vídeo daquele que talvez tenha sido o primeiro filme “fantástico” da história: “A viagem à Lua”, do George Meliés! O roteiro baseia-se na obra de Júlio Verne, e, como o título sugere, mostra uma improvável viagem de seis intrépidos aventureiros até a lua.

Apesar da época em que foi produzido, o filme já traz elementos do que seria utilizado em larga escala pelo cinema mundial no futuro: os efeitos especiais!
Vejam, e divirtam-se!

Grande abraço!

-- Thiago Amorim

sexta-feira, 23 de março de 2012

A Basílica Hagia Sophia


Basílica Hagia Sophia em Istambul
Construída no centro político e cultural do império bizantino, a basílica Hagia Sophia foi durante mil anos o maior templo religioso do mundo cristão. Suas formas eram tão grandiosas e sublimes que, antes mesmo da queda de Constantinopla e o triunfo do império Turco-Otomano, já influenciava a arquitetura islâmica, tendo sido adotada por esta última como modelo para as mesquitas em diversos lugares da Europa, da Ásia e da África.

Durante o reinado de Constantino, quando Roma ainda era um Império só, a cidade de Constantinopla foi fundada e ganhou uma basílica Imperial, a de Santa Sofia. Ela foi destruída devido a revolta popular que se seguiu ao afastamento do patriarca João Crisóstomo e reconstruída em 415. Sob o reinado de Justiniano, em 532, a igreja foi destruída mais uma vez na famosa revolta de Nika, e uma nova reconstruída no local. Essa nova construção é a mesma que vemos nos dias atuais, após incríveis 1475 anos!
A obra foi encomendada pelo Imperador Justiniano I que exigia um edifício tão grandioso quanto os cofres do Império pudessem pagar. Os responsáveis por seu projeto e execução foram os gregos Isidoro de Mileto, que era médico, e Antêmio de Trales, um matemático. Os dois analisaram cuidadosamente as melhores formas a ser empregadas na nova estrutura e concordaram com a ideia de uma cúpula gigantesca assentada sobre três naves igualmente grandiosas.

Os trabalhos seguiram por cinco anos ininterruptos, utilizando os melhores materiais disponíveis. A pressa na construção, entretanto, trouxe problemas logísticos e partes do projeto foram modificadas para se adequar a esses contratempos. Além disso, os cálculos para a resistência da cúpula não foram bem executados e sérios problemas estruturais comprometeram diversos pontos da basílica em anos posteriores. A solução encontrada para manter a basílica de pé, está nos contrafortes gigantescos que podem ser vistos atualmente no lado exterior do edifício.

Com tudo pronto, os Imperadores Justiniano e Teodora inauguraram a gigantesca estrutura. Ela havia sido ricamente decorada com enormes quantidades de ouro em motivos florais e imagens de santos, mas evitou-se a utilização de ícones escultóricos, devido às inconsistências nos dogmas da igreja sobre a veneração de tais artefatos.

A basílica impressionou a todos desde a sua construção, e mesmo que por duas vezes a cúpula tenha desabado e precisado ser refeita, o edifício que se encontra hoje em Istambul é o mesmo utilizado por Justiniano e sua corte na consagração dois dias após o natal de 537.
Reconstituição da Basílica em três fases: A primeira erigida por Constantino,
a segunda inaugurada em 537 e a última, e atual,
com o novo domo após o colapso de 557
Após quase mil anos servindo como templo cristão ortodoxo*, os turcos conquistaram a cidade e converteram a igreja em mesquita. Os mosaicos e imagens floridos de santos e mártires foram cobertos por espessas camadas de cal. Quatro gigantescos minaretes foram erigidos e o credo ortodoxo silenciado para sempre. Pelos próximos quinhentos anos, diversas mesquitas seriam construídas na cidade, tendo como inspiração a grandiosa basílica. Hoje ela é um museu em Istambul, na Turquia, antiga Constantinopla, e continua encantando peregrinos e visitantes de todas as partes do mundo.

Grande Abraço!

-- Thiago Amorim

* Após o saque de Constantinopla, em 1204, pelos cruzados, a Basílica foi consagrada como templo católico romano, e assim permaneceu até 1261, quando a cidade foi reconquistada pelos bizantinos e a igreja “reconvertida” para o credo ortodoxo.

Para saber mais:

A queda de Constantinopla - Steven Runciman
1453: A guerra Santa por Constantinopla e o confronto entre o Islã e o Ocidente - Roger Crowley
Hagia Sophia recém restaurada
Link: http://www.arkeo3d.com/byzantium1200/hagia.html (Hagia Sophia- reconstituição pelo projeto Byzantium 1200)

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Gênios e Rivais: Bernini, Borromini e a disputa que transformou Roma

Nessas férias o principal passatempo foi ler alguns livros. Depois de “Hitler”, do Ian Kershaw; “A batalha do apocalipse”, do Eduardo Spohr; e “Carlos Magno” do Jean Favier, tive a oportunidade de ler o incrível “Gênios e rivais” do Jake Morrissey. De leitura agradável e muito interessante, trago-o como dica de livro da vez. Abaixo, um pequeno relato sobre o que podemos encontrar nas suas páginas.

O Renascimento artístico Europeu foi um dos acontecimentos mais incríveis já realizados pela raça humana. Boa parte das maiores obras artísticas e culturais desenvolvidas pelo homem, e admiradas atualmente, vieram dessa época, que também viu surgir aqueles que talvez tenham sido os mais importantes artistas da história. A lista é grande: Michelângelo, Da Vinci, Rafael Sanzi, Bramante... Figuras tão complexas e surpreendentes quanto os seus talentos.

Os frutos do renascimento e dos famosos artistas por trás desse movimento fizeram aparecer novas formas de ver e perceber o mundo. Tão importante quanto isso, fez com que nos séculos seguintes novos artistas surgissem e desenvolvessem seus próprios talentos. Dois desses novos artistas, Bernini e Borromini, trouxeram para o século XVII a disputa que havia existido entre os expoentes do século XVI. Contemporâneos, ambos tornaram-se figuras conhecidas e requisitadas, sendo criadores e construtores das maiores jóias do barroco italiano.

A disputa foi acirrada e tempestiva. Bernini, o preferido do Papa Urbano VIII, era genial e carismático, agradando a todos que o encontravam. Borromini, por sua vez, dispunha de uma genialidade à altura, mas era turrão e pouco agradável. Ambos trabalharam nas obras da Basílica de São Pedro, em Roma, e construíram diversas igrejas, fontes, praças e palácios na cidade.

Os problemas entre ambos começaram enquanto eram ainda jovens, durante a construção do Baldaquino do altar da Basílica. Com desenhos iniciais de Carlo Maderno, o gigantesco dossel de bronze acabou sendo delegado ao jovem Bernini, que com ajuda e ideias de Borromini, conseguiu terminar a colossal tarefa. Apesar de ter sido extremamente importante para o trabalho, Borromini foi posto de lado e transformado em mero “ajudante” de Bernini. O ódio surgido a partir desse acontecimento perdurou por toda a vida, fazendo Borromini surtar de raiva ao ouvir falar do concorrente.

Ambos continuaram criando e se envolvendo nas disputas pelo gosto da elite romana. Apesar de Bernini ser muito astuto, acabou por se envolver em problemas ao insistir na construção dos campanários de São Pedro, e por alguns anos foi desacreditado. No futuro, foi reconsiderado, e novamente elevado à categoria de gênio do barroco, graças a sua incrível “fonte dos quatro rios”. Entre suas obras mais famosas estão a “Cathedra Petri” no altar de São Pedro, a estátua de São Longuinho, o túmulo de Urbano VIII e a Colunata da Basílica de São Pedro.

Borromini nunca foi muito amado devido ao seu temperamento. Entretanto, construiu obras magníficas como “Sant'Ivo alla Sapienza”, “Santa Agnese in agone” e o “Oratorio dei filippini”, além de ter reformado a Basílica de São João Latrão. De certa forma ele teve seu talento eclipsado pelo de Bernini e morreu tragicamente em 1667, tendo cometido suicídio. Bernini, que viveu até 1680, foi aclamado como o maior artista do Barroco e, após receber um convite do Rei Sol, fez uma visita de seis meses à França.

A briga de egos é o tema do livro, e ver como eles pensaram e criaram suas obras é extremamente excitante. “Gênios e Rivais: Bernini, Borromini e a disputa que transformou Roma” é um dos livros que mais gostei de ler. O terminei em dois dias apenas, e fiquei com aquela sensação de quero mais no final.

Fica então a dica de leitura!

Grande abraço!

-- Thiago Amorim



sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Normandie



Eis o mais belo e mais luxuoso navio já construído!

Não, você nunca ouviu falar dele, já que a fama pertence ao Titanic, e ficará com este último para sempre devido à tragédia. Mas certamente o Normandie encanta a todos que conhecem a sua história ou já o tenham visto, mesmo que em uma foto apenas.

A época de ouro das viagens navais ainda estava em curso, e os aviões eram meros sonhos quiméricos, muito longe de se tornarem tão importantes quanto hoje. Construído na França durante a grande depressão, o luxuoso transatlântico iria rivalizar com os navios “Queen Elizabeth” e “Queen Mary”, da Cunard, no transporte de passageiros no Atlântico.

O Normandie era extremamente luxuoso e requintado, com uma decoração em estilo Art Déco de fazer inveja a qualquer outro no mundo. Seu público alvo era a elite, e por isso tinha quase metade das suas cabines destinadas à primeira classe. Essas, inclusive, tinham elementos decorativos, conveses de passeio, e até mesmo salas de refeição particulares.

Entre todas as maravilhas que possuía, o elemento mais incrível do navio era o salão de refeições da primeira classe, estrategicamente construído no centro do navio. Ali um espaço contínuo de quase cem metros de comprimento e oito e meio de altura, ladeado por colunas de cristais Lalique, com enormes portas e painéis de bronze, fascinava todos os visitantes. Para conseguir o espaço necessário para o salão, os arquitetos criaram uma solução fascinante, desviando os tubos de exaustão dos motores elétricos, e disfarçando-os entre as colunas do ambiente. Os críticos chegavam a dizer que nem mesmo o Salão de Espelhos de Versailles lhe fazia sombra. Em suma, era um triunfo da arquitetura e engenharia navais.

Mas seu triunfo não seria eterno. Lançado em 1935, o Normandie foi requisitado para a guerra que assolaria a Europa a partir de 1939. Ele foi rebocado e levado para Nova York em 1941, onde sofreria reformas para o transporte das tropas. Durante os trabalhos, entretanto, o luxuoso navio sofreu um incêndio.

Uma enorme quantidade de água foi lançada contra as chamas, mas isso se mostrou um erro fatal. Sem ter por onde escorrer, a água se acumulou na parte superior do navio, e a perda de estabilidade o fez virar. Ele permaneceria no mesmo local durante toda a guerra até ser desmantelado e transformado em sucata em meados da década de 1940.

Com o incêndio o Normandie se foi rapidamente e, mesmo tendo sido muito famoso à época, tornou-se um ilustre desconhecido perdido no passado.

Grande Abraço!

-- Thiago Amorim

Números:

- 314 metros de comprimento e 37 de largura;
- Doze conveses;
- Capacidade para 1972 passageiros, sendo 850 na primeira classe;
- Tripulação de 1345 pessoas;
- Quatrocentos garçons e cento e vinte e cinco chefs serviam o salão de jantar da primeira classe;
- O Normandie fez duas visitas ao Rio de Janeiro em 1938 e 1939;
- O navio tinha 83.000 toneladas (o maior do mundo à época);
  - Foi um recordista de velocidade durante os anos 1930 nas viagens transatlânticas.




Vídeos: 

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Encefalite Letárgica!



Resolvi falar sobre isso em um dos posts desse mês porque há muito tempo fiquei morrendo de medo de algo do tipo acontecer comigo. É claro que tudo não passou de uma bobagem minha, de uma agonia hipocondríaca que só podia vir de mim mesmo. Afinal, Vovó Marina (que Deus a tenha!) era extremamente nervosa com qualquer coisa que pudesse deixá-la doente, e acho que herdei essa característica fatídica dela. 

Outro fator para escrever sobre o assunto é o fato de estar de férias e dormir o tempo todo. Não por estar com a doença, mas por puro cansaço mesmo. O semestre na faculdade foi "pesado". Mas vamos ao que interessa:

Imagina que um dia você está com um daqueles sonos gigantescos, que mal te deixam de olhos abertos. Resolve dormir, feliz e tranquilo, com vontade de ficar na cama por séculos. Bem, eu não pediria para dormir por séculos, pois esse desejo pode se realizar...

Trata-se de uma doença pouco conhecida e muito pouco comentada, em parte devido às circunstâncias em que apareceu. Durante e após a Primeira Guerra Mundial, cerca de cinco milhões de pessoas foram infectadas no mundo (e morreram), numa epidemia de proporções cataclísmicas. O fato é que mesmo tendo alcançado tantas pessoas, a gripe espanhola, que matou cerca de vinte milhões “roubou a cena” das epidemias na época, e a doença nem ao menos é citada na história.

A enfermidade chama-se “encefalite letárgica” e, como o próprio nome sugere, deixa o indivíduo cansado, abatido, em estado de cansaço total. A pessoa cai num sono profundo e passa dias, semanas, e até meses dormindo, enquanto a morte não chega. Os infectados não acordam para ir ao banheiro, comer ou tomar banho, apenas permanecem numa espécie de coma profundo. Caso alguém os desperte, eles alimentam-se rapidamente e voltam a dormir.

Não há cura! Simplesmente não se sabe como a doença surge, ou como se desenvolve. Entre todos os infectados, os poucos que conseguiram sobreviver passaram o resto da vida numa espécie de fadiga permanente.

Mas não há motivos para pânico! Afinal, a epidemia veio e foi embora no início do século passado, sem deixar qualquer rastro que seja. Assim, apesar do medo mortal de dormir para sempre (trocadilho infame), estou tranquilo e curtindo muito as férias! Não vão cismar com isso hein! Haha!

Para saber mais:

Breve história de quase tudo - Bill Bryson
A história e suas epidemias - Stefan Cunha Ujvari

Grande abraço!

-- Thiago Amorim

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Aos amigos!



A quinze dias do fim o cheiro de mofo impregna tudo... O ano, que ao término do que passou era novo, não é mais o mesmo, é apenas um moribundo prestes a desencarnar. E como em tudo que acaba, há o lamento, a nostalgia; não importa o quão ruim o defunto tenha sido.

Diante do novo o repertório se repete. Surgem mais uma vez as expectativas, os desejos, as emoções. A esperança de que tudo será bom, que a vida irá melhorar, que o ano que nasce trará paz e bonança. O momento é de olhar para frente, de conformar-se com o que aconteceu e sonhar com um futuro melhor; mais uma vez.

O eterno ir e vir do tempo nos deixa frustrados, animados, pensativos, cansados, felizes; tocados e emocionados com mais do mesmo. Não fosse a existência da amizade essa perpetuação contínua de flashbacks tiraria o sentido da nossa existência.

Para quem não sabe o perseguido e famoso “sentido da vida” está na maneira como nos relacionamos com os outros. Nos amigos que fazemos; nas experiências que trocamos.

Esse ano foi muito difícil em diversos aspectos. Ganhei algumas coisas, perdi muitas outras. Mas o que importa é o grande número de pessoas que conheci, as amizades que construí, e as que mantive firmes, mesmo com seus percalços e contratempos. 

Assim, agradeço aos meus queridos e amados amigos, aqueles sem os quais não poderia viver; sem os quais não valeria a pena viver. Obrigado por me acompanhar nessa caminhada, por me fazer feliz... 

Grande abraço!

-- Thiago Amorim

sábado, 5 de novembro de 2011

São Longuinho


Estátua de São Longino - Bernini
Localizada em um dos quatro nichos principais
da Basílica de São Pedro, Vaticano
Conhecido em todo o Brasil graças à famosa simpatia dos três pulinhos, São Longuinho é uma das figuras mais emblemáticas do cristianismo. Guardião da “Lança do Destino”, Longino (nome real da figura) tornou-se mártir cristão após afastar-se do exército romano e pregar a palavra de Jesus Cristo.          

Segundo a tradição, um dos centuriões que participaram da crucificação naquele fatídico dia, perfurou o profeta com o objetivo de constatar a sua morte. Após o contato entre a lança e o corpo morto, um líquido foi expelido e caiu diretamente sobre os olhos de Longino. O soldado, que tinha um grave problema de vista, curou-se imediatamente, levando-o a converter-se ali mesmo ao cristianismo.

Nos anos seguintes, Longino viajou o mundo pregando a palavra de Jesus Cristo e contando o milagre que o livrou da cegueira. Sua atitude o transformou em mártir da Igreja, já que devido às suas crenças foi severamente machucado e assassinado. Conta-se que antes de morrer teve orelhas, nariz, dentes e língua arrancados.

Apesar do fim do seu guardião, a lança do destino (sim, a mesma que perfurou Cristo) não foi destruída. Ela ficou perdida durante muitos séculos até chegar às mãos dos cruzados por volta do século XI. A relíquia despertou o interesse de diversos monarcas e dirigentes políticos, devido à lenda de que daria poderes mágicos a quem a possuísse. A existência ou não da lança, entretanto, é muito contestada, e é consenso entre estudiosos que o seu encontro pelos cruzados foi uma fraude.

Hoje o objeto encontra-se sob o poder da Igreja de Roma, guardada junto à estátua do Santo em um dos quatro nichos principais da Basílica de São Pedro. Lá também estão guardados um fragmento da “verdadeira cruz” trazida por Santa Helena, o véu de Verônica, e até pouco tempo as relíquias de Santo André. Todos os objetos permanecem junto às estátuas de seus “santos correspondentes”.

A história da lança acaba aí. O lance dos três pulinhos ninguém sabe de onde surgiu. Por via das dúvidas, quando pedir algo a São Longuinho pague os seus pulinhos! Afinal, ele esteve tão perto do Cristo que deve ter alguma moral com o profeta!

Grande Abraço!

-- Thiago Amorim

Curiosidades:

- Segundo alguns, Hitler esteve muito interessado na Lança do Destino e seus poderes mágicos;

- Outras personalidades envolvidas com o objeto seriam Frederico Barbarossa e Carlos Magno (sérios problemas históricos comprometem a versão de que o segundo entre esses tivesse acesso à relíquia, afinal de contas, o tal encontro do objeto só ocorreu muitos anos após sua morte);

- No filme Constantine a Lança do Destino faz parte essencial da trama.


- Existem outras histórias e outras lanças espalhadas pelo mundo. A que está em poder do Vaticano é apenas uma das consideradas pertencentes ao Santo;

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

As outras Brasílias


Há centenas de anos a ideia de haver uma mudança da capital do Brasil para o interior vinha sendo debatida. Após muito tempo de discussão e estudos, finalmente a mudança ocorreu sob o governo de Juscelino Kubistchek. O presidente lançou o concurso para o plano de construção da nova cidade e vários arquitetos e urbanistas propuseram soluções. O plano piloto criado por Lúcio Costa foi o vencedor, mas projetos idealizados por outros arquitetos e urbanistas também se destacaram pela qualidade e inventividade, tendo sido, entretanto, esquecidos; guardados da vista do público.

Assim, com o intuito de apresentar essas “outras Brasílias”, abaixo segue uma sequência de imagens de alguns dos “planos pilotos” que perderam o concurso.  








Aqui a formação de diversos núcleos urbanos,
lembra um pouco as "superquadras" criadas por Lúcio Costa,
mas em escala gigantesca
  


Nesse projeto, é possível ver facilmente a
formação da bandeira do Brasil ao centro



O diferencial desse projeto, está nas gigantescas torres
que teriam centenas de metros de altura
 



-- Thiago Amorim

Sobre a construção de Brasília: 

Para saber mais:




terça-feira, 4 de outubro de 2011

A Estátua da Liberdade


Construída há quase 125 anos, a Estátua da Liberdade é certamente um dos monumentos mais conhecidos e visitados no mundo. A sua localização na entrada do porto de Nova York, e a enorme carga ideológica que carrega, certamente são os motivos por trás de tanta fama. O que muita gente não sabe é que ela não foi construída pelos americanos, e sim doada pela França como um presente que simbolizava a amizade entre os dois países.

Os planos para a doação iniciaram-se em 1865, mas arrastaram-se por cerca de vinte anos até que finalmente se realizassem. O escultor Frédéric Auguste Bartholdi ficou encarregado de elaborar o modelo e a construção em cobre da estátua. A estrutura interna, que a sustenta até hoje, foi projetada por Eiffel (o mesmo que construiu a famosa torre homônima em Paris).

No acordo de doação os norte-americanos ficaram encarregados de construir o pedestal e os franceses a estátua. A ilha, que hoje é o parque da liberdade, era o lugar de um forte do exército e foi escolhido para a instalação da estrutura devido a sua localização e relevo. O dinheiro para a realização da obra veio de doações tanto nos EUA como na França, através de centenas de eventos, dos mais variados tipos, que foram organizados com o intuito de angariar fundos para o projeto.

Em 1884 a estátua ficou pronta em Paris. O gigantesco espetáculo proporcionado por sua finalização só seria igualado com a exposição universal de 1889. Os trabalhos seguiram pelos anos seguintes do outro lado do Atlântico, enquanto o pedestal era finalizado. A estátua foi então desmantelada, e enviada por partes para a montagem em Nova York. Em 28 de outubro de 1886 foi inaugurada e o trabalho deu-se por encerrado.

Em pouco tempo “A liberdade iluminando o mundo”, tornou-se o símbolo dos Estados Unidos. Por causa de sua importância, terroristas já a atacaram e causaram sérios danos à sua estrutura. Nos últimos anos, com o aumento da ameaça de ataques, a segurança do local foi reforçada e vários pontos da estátua tornaram-se restritos aos turistas. Apesar das dificuldades de acesso, ela continua sendo um dos pontos turísticos mais visitados do mundo.

-- Thiago Amorim

Curiosidades:

- A Estátua foi oferecida primeiramente ao Egito, que não aceitou o presente;

- Sua altura é de cerca de 90 metros contando com o pedestal;

- Da sua inauguração até 1902 ela serviu como um farol que funcionava com energia elétrica (o primeiro do tipo no mundo);

- Durante a colocação do braço que segura a tocha, um erro de instalação fez com que o local se tornasse instável. Esse erro seria consertado apenas em 1986, depois dos trabalhos de restauração do monumento realizados naquele ano;

- A tocha foi trocada após a restauração de 1986;

- Existem três réplicas da estátua que saíram da mesma fundição que a original. Duas delas estão em Paris;

- A última das três está em Maceió, Alagoas, em frente ao Museu de Imagem e som, no bairro do Jaraguá.

Saiba mais em: http://www.nps.gov/stli/index.htm (site em inglês)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

As intermitências da morte


O primeiro livro que li do Saramago me deixou confuso. Sim, confuso. E confuso pelos sentimentos, pelas emoções que senti enquanto o lia. Mais tarde um amigo iria me dizer que aquele era o mais simples entre todos do autor, o que menos despertava interesse no leitor. Eu não concordei com ele, é claro. O tal livro, “Ensaio sobre a cegueira”, deu origem a um filme, muito bom também, e que foi visto por milhões de pessoas. Um conselho? Leia o livro primeiro e veja o filme depois!

Mas não é sobre esse livro que quero falar, e sim sobre o que li recentemente, “As intermitências da morte”. O livro começa assim: “E no dia seguinte, ninguém morreu.” Quer começo mais chocante? Mais incentivador? Passado o júbilo diante do fato, o país fictício criado por Saramago, vê-se diante de uma crise interminável. O que fazer com os “não-mortos”? O que os “mortos-vivos” sentem ou pensam? E por fim, onde está a morte?

A morte, por sua vez, não dá as caras por um longo tempo, e um grupo é criado para se livrar dos novos “indesejáveis”. A “máphia”, com ph mesmo, para diferenciar-se da outra, traz uma solução, que apesar de promissora no início, trará no futuro problemas diplomáticos terríveis, com iminência até mesmo de guerra. No fim, não é só a população que sofrerá com o sumiço da morte. Em breve, ela mesma perceberá as consequências de sua decisão.

Numa sátira incrível e bem humorada, Saramago nos faz pensar sobre política, religião, e relações humanas. E também perceber que o que vemos como grandes problemas, como a morte, por exemplo, pode ser o que mais desejamos.

Depois de meses com apenas dicas “indiretas” de livros, eis uma bem “direta” agora. É tão bom que o li em um dia apenas!

-- Thiago Amorim

P.S. No fim das contas foram duas dicas! Ou seriam três? 
Abração...