sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Normandie



Eis o mais belo e mais luxuoso navio já construído!

Não, você nunca ouviu falar dele, já que a fama pertence ao Titanic, e ficará com este último para sempre devido à tragédia. Mas certamente o Normandie encanta a todos que conhecem a sua história ou já o tenham visto, mesmo que em uma foto apenas.

A época de ouro das viagens navais ainda estava em curso, e os aviões eram meros sonhos quiméricos, muito longe de se tornarem tão importantes quanto hoje. Construído na França durante a grande depressão, o luxuoso transatlântico iria rivalizar com os navios “Queen Elizabeth” e “Queen Mary”, da Cunard, no transporte de passageiros no Atlântico.

O Normandie era extremamente luxuoso e requintado, com uma decoração em estilo Art Déco de fazer inveja a qualquer outro no mundo. Seu público alvo era a elite, e por isso tinha quase metade das suas cabines destinadas à primeira classe. Essas, inclusive, tinham elementos decorativos, conveses de passeio, e até mesmo salas de refeição particulares.

Entre todas as maravilhas que possuía, o elemento mais incrível do navio era o salão de refeições da primeira classe, estrategicamente construído no centro do navio. Ali um espaço contínuo de quase cem metros de comprimento e oito e meio de altura, ladeado por colunas de cristais Lalique, com enormes portas e painéis de bronze, fascinava todos os visitantes. Para conseguir o espaço necessário para o salão, os arquitetos criaram uma solução fascinante, desviando os tubos de exaustão dos motores elétricos, e disfarçando-os entre as colunas do ambiente. Os críticos chegavam a dizer que nem mesmo o Salão de Espelhos de Versailles lhe fazia sombra. Em suma, era um triunfo da arquitetura e engenharia navais.

Mas seu triunfo não seria eterno. Lançado em 1935, o Normandie foi requisitado para a guerra que assolaria a Europa a partir de 1939. Ele foi rebocado e levado para Nova York em 1941, onde sofreria reformas para o transporte das tropas. Durante os trabalhos, entretanto, o luxuoso navio sofreu um incêndio.

Uma enorme quantidade de água foi lançada contra as chamas, mas isso se mostrou um erro fatal. Sem ter por onde escorrer, a água se acumulou na parte superior do navio, e a perda de estabilidade o fez virar. Ele permaneceria no mesmo local durante toda a guerra até ser desmantelado e transformado em sucata em meados da década de 1940.

Com o incêndio o Normandie se foi rapidamente e, mesmo tendo sido muito famoso à época, tornou-se um ilustre desconhecido perdido no passado.

Grande Abraço!

-- Thiago Amorim

Números:

- 314 metros de comprimento e 37 de largura;
- Doze conveses;
- Capacidade para 1972 passageiros, sendo 850 na primeira classe;
- Tripulação de 1345 pessoas;
- Quatrocentos garçons e cento e vinte e cinco chefs serviam o salão de jantar da primeira classe;
- O Normandie fez duas visitas ao Rio de Janeiro em 1938 e 1939;
- O navio tinha 83.000 toneladas (o maior do mundo à época);
  - Foi um recordista de velocidade durante os anos 1930 nas viagens transatlânticas.




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Um comentário:

Ricardo Kersting disse...

Interessante o tema esse dos navios de luxo.Parabéns
Um abraço..!